Abordagens de sistemas sígnicos em Artes Visuais, Música, Fotografia, Cinema, Literatura, História, Filosofia, Ciência, Tecnologia, Publicidade, Jornalismo, Design, Arquitetura, Ecologia, Política...
19 de novembro de 2011
Cahiers du Cinéma
Vejo
a cultura como uma tentativa
permanente
de aniquilar com a arte.
Cultura
é a regra. Arte é a exceção...
–– Jean-Luc
Godard
O
parisiense Jean-Luc Godard revolucionou o cinema. Ousado e criativo,
polêmico e sempre destacado entre os grandes criadores da história
do cinema, Godard continua a pleno vapor. Já
na estreia todas estas qualidades apareciam irrecusáveis: ele
primeiro foi crítico da lendária revista "Cahiers du Cinéma" e
depois passou a criar curta-metragens experimentais, alguns
premiados, como o irônico "Charlotte et Véronique, ou Tous les
garços s'appellent Patrick" ("Todos os rapazes se chamam Patrick", 1957), antes de surgir como o
cineasta genial de "Acossado" ("À Bout de Souffle",
1960), no qual adotou diversas inovações e quebrou um tabu que vigorava há
muitas décadas ao filmar em apenas quatro semanas, um tempo recorde, com a câmera na mão e sem roteiro concluído.
"Acossado", que segue ao pé da letra o significado do título original (a expressão "à bout de souffle", em francês, pode ser traduzida por "sem fôlego"), seria aclamado como uma obra-prima, um filme-manifesto que deu origem ao extenso movimento de renovação da
linguagem do cinema que ficaria conhecida como Nouvelle Vague e iria
influenciar cineastas do mundo todo, inclusive do Brasil, onde sempre
teve fiéis discípulos desde Glauber Rocha (1939-1981) e a primeira
geração do Cinema Novo, na década de 1960. A proposta de Godard e
da equipe de críticos, roteiristas e cineastas ligados à "Cahiers du
Cinéma": quebrar antigos dogmas, valorizar a direção e reabilitar o espírito criativo do filme de autor.
Segundo
Godard, "politique des auteurs": o diretor reconhecido,
enfim, como o único e principal autor na produção do filme. Na estreia
espetacular de "Acossado" e em outros grandes filmes que
faria a seguir, Godard redescobre a política e os paradoxos de uma
crítica implacável contra as guerras patrocinadas por grandes corporações armamentistas e imperialistas e por uma arte que é provocação e desafio contra o senso comum – um cinema constituído por narrativas sistematicamente iconoclastas e pela recusa à sintaxe cinematográfica
tradicional.
Jean-Luc
Godard e François Truffaut:
dois
nomes do primeiro time da revista
Cahiers
du Cinéma e da Nouvelle Vague. Também acima, a íntegra do curta de 1957 de Godard, Charlotte et Véronique, ou tous le garçons s'appellent Patrick..
No
alto, Alfred Hitchcock com Truffaut,
fotografados
em 1962 por Philippe Halsman
durante
as célebres entrevistas que depois
foram
transformadas em livro. Abaixo,
a
capa do primeiro número da revista
Cahiers
du Cinéma, publicado em abril
de
1951, tendo André Bazin como mentor,
com
o célebre fundo amarelo que seria mantido
até
outubro de 1964. Neste primeiro número,
a
ilustração da capa é um fotograma de
Sunset
Boulevard (Crepúsculo dos Deuses),
filme
de 1950 de Billy Wilder com
Gloria Swanson e
William Holden.
Também abaixo: 1) Godard com
Agnès
Varda, única mulher entre os
cineastas
da Nouvelle Vague, durante um
encontro
de intelectuais da França em 1967
contra
a Guerra do Vietnam, fotografados por
Raymond
Depardon; 2) a reunião de gigantes
da
Nouvelle Vague e da Cahiers du Cinéma no
Festival
de Cannnes em 1968, tendo a partir
da
esquerda, Claude Lelouch, Godard, Truffaut
e
Louis Malle, com o polonês Roman Polanski
à
direita; e 3) Godard no Festival de Cannes,
em
1962, com
sua musa Anna
Karina,
que foi sua
esposa e estrela de oito de seus filmes
.
.
.
A
suma importância do cinema revolucionário de Godard e as
possibilidades que ele e seus companheiros de geração da "Cahiers du Cinéma" e das produções da Nouvelle Vague inauguraram ou redescobriram fornecem os
argumentos analíticos ao livro do crítico de cinema e ensaísta
Mário Alves Coutinho. "Escrever com a Câmera: A literatura
cinematográfica de Jean-Luc Godard", lançamento da Editora
Crisálida, traz uma versão da tese de doutorado que o autor
defendeu na Faculdade de Letras da UFMG.
Coutinho
examina a filmografia de Godard e se detém em alguns dos clássicos
do cineasta que marcaram época e se tornaram referência para cinéfilos e pesquisadores de áreas diversas. Com atenção a detalhes que revelam ideias e
conceitos, o pesquisador enumera uma série de evidências nos filmes
para defender que Godard, ao fazer cinema, fez literatura – através
de todo um processo que Coutinho define como "experimentação
dos possíveis da linguagem".
Efeitos de linguagem
A
palavra, em certos filmes de Godard, é o fio condutor da análise de
Coutinho. "O uso da palavra, em cada um dos muitos filmes que
ele fez e vem fazendo, muitas vezes em contraponto ao uso da imagem e
do som, sempre foi um recurso a mais para Godard exprimir sua arte e
fazer cinema. É curioso você perceber a importância da palavra nos
filmes de um cineasta radical como ele sempre foi. Ainda mais que o
cinema é uma arte cujo elemento de linguagem mais importante teria
sido sempre a imagem", destaca o autor, apontando passos do
itinerário de um saber inquieto que Godard soube transformar em
grandes cenas, dispersas em ideias e sequências de uma filmografia
das mais incomuns.
"A
palavra, a escritura, o jogar e o brincar com as palavras, o
questionamento da linguagem, são recursos essenciais do cinema de
Godard, em praticamente toda sua obra", defende Coutinho, que
coloca em destaque no livro a quantidade de efeitos de linguagem nos
filmes do cineasta de “Acossado”, "A Chinesa" e
"Alphaville", entre outros clássicos: jogos de palavras,
frases escritas em jornais e nas paredes, uso de cartazes e pôsteres
impressos, questionamentos explícitos da linguagem, a literatura
citada várias vezes, paronomásias.
Jean Seberg e Jean-Paul Belmondo em cenas de Acossado(À Bout de Souffle), filmado por
Godard, em sua estreiacomo diretor de
longas-metragens, com roteiro de Truffaut.
Abaixo, as cenas de beijo em Acossado e em
O demônio das onze horas (Pierrot Le Fou).
No alto, Anna Karina e Belmondo em cena de Uma Mulher é uma Mulher, filme de 1961 de Godard, na capa da Cahiers du Cinéma
Os
efeitos da palavra nos filmes de Godard, alerta Coutinho,
potencializam ao extremo as interfaces recorrentes do cinema com a
literatura, patentes desde os primeiros filmes, no final do século
19. "Será que poderíamos dizer que em cada um de seus filmes
Godard mostra claramente uma ambição não só de fazer cinema, mas,
também, e ao mesmo tempo, de fazer literatura?", questiona com
propriedade o autor de "Escrever com a Câmera: A literatura
cinematográfica de Jean-Luc Godard".
Coutinho
conclui a entrevista fazendo questão de ressaltar que Godard é dos
artistas que estão sempre reinventando os caminhos e os meios pelos
quais sua arte ganha expressão. Entre cenas e diálogos marcantes da
trajetória do cineasta que o entrevistado vai enumerando, recordo o
aforismo de outro mestre inventor, Ezra Pound (1885-1972), para quem
“os artistas são as antenas da raça”. Coutinho aplaude a
lembrança e destaca, de imediato, duas ou três revoluções do
cinema que tiveram Godard e suas antenas sempre alertas como
protagonista.
Acima, Marguerite
Duras e Godard em
1979; Isabelle
Huppert em cena
de
“Salve-se
quem puder”,
filme de 1980;
Alain Delon e Domiziana Giordano em
"Nouvelle Vague" (1990), filme de ficção
em que Godard construiu todos os diálogos
e a narração a partir de citações literárias;
e "Film
Socialism" (2010), com metáforas
sobre a crise nos países da Europa, filmado
a bordo do navio de cruzeiros Costa Concordia.
Abaixo, Oskar
Werner e Julie Christie em
“Fahrenheit
451” (1967)
e François Truffaut
durante
as filmagens. Na trama, a história de
uma
sociedade futurista em que os livros
são
proibidos, adaptada do romance de
Ray
Bradbury, cujo título faz menção à
temperatura
em que o papel pega fogo, e que
teve
trilha sonora de Bernard Herrmann,
compositor
favorito de Alfred Hitchcock
Sem Hitchcock
A
equipe original de redatores, editores e colaboradores da revista "Cahiers du Cinéma", criada em 1951 por André Bazin, Jacques
Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca, além de Godard incluía
críticos que ganhariam destaque como cineastas nos anos seguintes,
entre eles Bresson, Cocteau, Alexandre Astruc, Éric Rohmer, Maurice
Scherer, Jacques Rivette, Claude Chabrol e aquele que talvez ainda
hoje seja o nome mais identificado com a revista pelos cinéfilos do
mundo todo: François Truffaut (1932-1984).
Como
se não bastasse o esmero de Truffaut como crítico e cineasta, há
quem diga que coube a ele, através de seu trabalho na "Cahiers du
Cinéma", mudar o juízo de valor que público e crítica tinham sobre
vários nomes em destaque no cinema de sua época, entre eles um
certo Alfred Hitchcock. Nas críticas que publicou sobre os filmes do
mestre do suspense, e na série de entrevistas que fez entre 1962 e
1967, depois editadas em livro, Truffaut criou um divisor de águas
sobre a arte maior de Hitchcock.
François Truffaut e Alfred Hitchcock na charge que ilustrou a publicação original em 1967 do livro Hitchcock/Truffaut: Entrevistas. Acima, o cartaz original do filme de estreia de Truffaut na direção de um longa-metragem, em 1959, Les 400 Coups (no Brasil, exibido com o título "Os Incompreendidos"). Abaixo, Jeanne Moreau no cartaz original de Jules et Jim (no Brasil, "Uma mulher para dois"), segundo filme de Truffaut, de 1962, e em cena do filme junto com Henri Serre e Oskar Werner
Realizador
de obras-primas desde seu filme de estreia em longa-metragem, em 1959, o autobiográfico "Os
Incompreendidos" ("Les 400 Coups") – e após três curtas premiados e com elogios unânimes da crítica ("Une Visite", de 1955; "Les Mistons", de 1957; e "Une Histoire D'Eau", de 1958, este em co-direção com Godard), François Truffaut demonstrou com seu livro-entrevista o
que poucos haviam percebido até então: que ele era um jornalista surpreendente, capaz de transformar uma série de entrevistas em uma aula de cinema e uma aula de jornalismo, e, principalmente, que Hitchcock era um
criador tão extraordinário quanto aqueles pioneiros que criaram as
estratégias narrativas mais inventivas da linguagem cinematográfica, como Méliès, Griffith,
Chaplin ou Orson Welles.
Hoje
pode parecer lugar comum dizer que Hitchcock dominava plenamente seu
ofício, que ele era extremamente minucioso e perfeccionista ou que poucos cineastas como ele estavam mais interessados em extrair sempre mais e mais da sua arte. Mas Truffaut foi o primeiro entre todos os
críticos e cinéfilos de sua época a perceber e demonstrar cada um destes detalhes. Palavras
de Truffaut, na apresentação ao livro-entrevista sobre o trabalho do mestre: Hitchcock era
alguém que inventava o cinema a cada filme.
Filho
de um humilde vendedor de legumes e verduras, o inglês Alfred
Hitchcock (1899-1980) abraçou o cinema desde a juventude e durante
décadas construiu sua reputação como mestre dos filmes de
suspense. Na segunda metade do século 20, passou a ser reconhecido
pelas plateias e pela crítica como um dos mais populares nomes do
cinema de todos os tempos. O “mestre do suspense” trouxe muitas
inovações técnicas que vão muito além da direção
personalíssima e dos roteiros sofisticados.
São
atribuídos a Hitchcock grandes revoluções em posições e
movimentos de câmera, algumas das mais elaboradas edições já
realizadas, utilização surpreendente de trilhas sonoras que realçam
personalidades, além de uma série de situações e efeitos
narrativos que se estendem a outros filmes de outros diretores, que
passaram a ser definidos com o adjetivo “hitchcockiano”.
Hitchcock tem sido homenageado com frequência, desde sua morte, em
29 de abril de 1980, pelos principais festivais internacionais de
cinema. Mas nem sempre foi assim.
Grandes
tributos para marcar os 30 anos sem o mestre aconteceram e se repetem
em Veneza, Berlim, Londres, Nova York e até em Havana, Cuba, assim
como aconteceu no 63º Festival de Cannes, que teve Hitchcock como
principal homenageado e abertura com a exibição de gala de uma
cópia restaurada, com cenas inéditas, de “Psicose” (1960), um
dos muitos sucessos de público e crítica entre as obras-primas do
mestre do suspense.
Do cinema mudo à invenção do 3D
Como
sempre destacou Truffaut, Hitchcock representa, sob vários aspectos,
um resumo na história do cinema: nasceu em Londres pouco mais de um
ano depois da invenção dos Lumière e começou na profissão de
fazedor de filmes no auge do cinema mudo. E fez o que muitos gênios
de sua época não conseguiram: superou todas as adaptações do mudo
para o falado.
Truffaut
e Hitchcock fotografados em 1962
por Philippe
Halsman durante as célebres
entrevistas
que mudariam o juízo de valor
de
críticos do mundo inteiro sobre Hitchcock
O
sucesso de Hitchcock em Londres chamou a atenção dos executivos de
Hollywood. Em 1939, ele embarca para a América e lança seu primeiro
filme na Meca do cinema em 1940: "Rebecca", que conquistou
o Oscar de Melhor Filme. Daí seguiria uma sequência impressionante
de grandes filmes, escrevendo, dirigindo e produzindo grandes
campeões de bilheteria, além de se tornar um dos primeiros do
primeiro escalão de Hollywood a produzir e dirigir uma série de
filmes para a recém-inventada TV.
Também
fez com maestria a passagem do preto-e-branco ao colorido, marcou a
técnica e a evolução da linguagem e realizou 54 filmes
espetaculares em 54 anos de carreira, lançando experiências
pioneiras de efeitos especiais que vão das primeiras imagens em
tecnicolor às primeiras experiências com projeções em terceira
dimensão, hoje relançadas como novidade e chamadas de 3D.
O
sucesso na arte e nas bilheterias, por ironia do destino, nunca
resultou em grandes homenagens nem prêmios importantes: nunca
conquistou um Oscar nem foi condecorado em vida pelos principais
festivais – motivo pelo qual o tributo em Cannes e em outros
templos do cinema chega a ser absurdamente tardio para o gênio de
Hitchcock e para a legião de fãs incondicionais que ele mantém
entre um público que inclui muitos e muitos cineastas e críticos de
cinema.
Em
1920, Alfred
Hitchcock era
um rapaz
magro e de bigode aos 21 anos, quando
teve seu
primeiro salário no mundo do cinema:
foi
contratado como auxiliar de desenhista de
letreiros
para os filmes mudos. A grande chance
viria
em 1923, quando o produtor Seymour Hicks
ofereceu
a Hitchcock a co-direção do filme
"Always
Tell Your Wife", pois o diretor original
havia
ficado doente. Também acima, Hitchcock
em
família, com a esposa Alma Reville e a única
filha,
Patricia, no embarque da Inglaterra para
os
Estados Unidos, em 4 de março de 1939.
Abaixo,
Hitchcock em 1940, durante as
filmagens de Rebecca, sua
estreia no cinema
norte-americano e único dirigido por ele a
ter
recebido o Oscar de Melhor Filme. Também
abaixo,
o diretor nas filmagens de Psicose,
Janet Leigh na
célebre sequência do chuveiro
e o cartaz original de "Psicose"
em 1960
Sempre
citado e copiado, o criador de "Um Corpo que Cai" (1958),
"Janela Indiscreta (1954), "Os Pássaros" (1963) e
"Festim Diabólico" (1948), entre tantas obras geniais,
recebeu raras homenagens em vida. Sem grandes prêmios, as principais
honrarias que teve talvez tenham sido a condecoração como "Sir"
pela rainha da Inglaterra e, em 1967, a publicação do livro
"Hitchcock/Truffaut: Entrevistas" – que provocou uma
reviravolta ao apontar o diretor de “Psicose” como um dos maiores
artífices da história do cinema.
Enquanto
o autor-diretor Hitchcock era visto como um cineasta mediano e
comercial nos EUA, para Truffaut e os jovens diretores e críticos da "Cahiers du Cinéma", ele era aclamado por sua genialidade. O livro
emblemático ganhou uma versão definitiva do próprio Truffaut em
1983, quando foram acrescentados os últimos trabalhos do mestre.
Publicado pela primeira vez no Brasil em 1986, pela extinta editora
Brasiliense, esgotou rapidamente nas livrarias e passou a ser
disputado em sebos e bibliotecas, aclamado como uma das mais
importantes publicações sobre cinema de todos os tempos.
Aula sobre o cinema
Considerado pela crítica especializada e pelos cinéfilos uma aula
fundamental sobre a história e os segredos da sétima arte, o livro
foi relançado recentemente pela Companhia das Letras, com nova
tradução e projeto gráfico, centenas de imagens e prefácio
inédito do crítico e professor Ismail Xavier. Nas saborosas
entrevistas a Truffaut, Hitchcock analisa um a um todos os seus 54
longas-metragens e outros tantos curtas e filmes feitos para a TV.
Também explica em minúcias os efeitos a que recorreu para criar
cenas antológicas, resgata scripts abandonados e revela anedotas
impagáveis sobre si mesmo e sobre alguns de seus grandes astros e
estrelas.
Poético
e rigorosamente jornalístico, o livro de entrevistas
"Hitchcock/Truffaut" abre o primeiro capítulo com um
diálogo dos mais emblemáticos, que vai adquirir outros nuances ao
longo de 16 capítulos em mais de 200 páginas de perguntas e
respostas e imagens de tirar o fôlego. François Truffaut pergunta:
Senhor Hitchcock, o senhor nasceu em Londres em 13 de agosto de 1899.
De sua infância, conheco apenas uma história, a da delegacia. É
uma história verdadeira?
Alfred
Hitchcock: Sim. eu tinha talvez quatro ou cinco anos. Meu pai me
mandou à delegacia de polícia com uma carta. O delegado a leu e
trancou-me numa cela por cinco ou dez minutos dizendo "veja o
que se faz com os meninos maus".
François
Truffaut: E o que o senhor tinha feito para merecer isso?
Hitchcock:
Não posso imaginar. Meu pai sempre me chamava de "minha
ovelhinha sem pecado". Realmente, não posso imaginar o que
possa ter feito.
Imagens
de Hitchcock em 1960, no set
de
filmagens de Psicose: no alto, com
Anthony
Perkins; acima, em fotografias
promocionais de Jean Loup Sieff
para o lançamento
de Psicose.
Abaixo, o cineasta durante as
filmagens de Marnie, em 1964, com
Sean Connery; uma seleção de cartazes
originais de filmes do mestre Hitchcock,
com destaque para Os pássarose
Lifeboat (Um barco e nove destinos),
filme de 1944; e
o mestre com sua esposa
e principal colaboradora
durante toda a
carreira, Alma
Reville, fotografados em
Hollywood,
em agosto de 1963, por
Phil
Stern, durante o trabalho nos
estúdios
da Paramount e em casa,
na
intimidade, após o jantar
O papel de Alma
Hitchcock
é um mundo: cada filme encerra complexidades de conteúdo e questões
técnicas que traduzem, descobrem, inventam formas de tradução de
ideias e de interpretações de raciocínios em linguagem
cinematográfica. Mas falar das obras-primas que ele realizou desde a
década de 1920 implica, necessariamente, em destacar a participação
fundamental de uma parceria que, durante mais de 50 anos, ele manteve
com a esposa, Alma Reville. Descrita pelos biógrafos do cineasta
como extremamente inteligente, dedicada ao marido, discreta,
otimista, Alma sempre atuou à sombra do marido, desconhecida para o
público e vivendo intensamente os papeis de roteirista, montadora
(edição dos filmes) e produtora dos grandes sucessos do mestre do
suspense.
Nas
entrevistas com Truffaut, a senhora Alma Reville mal aparece na
conversa. Mas, logo no início, Hitchcock admite que, sem ela, ele
jamais teria conseguido financiamento para seu primeiro filme. O
mestre, em poucas palavras, também explica como sua mulher o ajudou
a superar muitas dúvidas e inseguranças. "Depois de cada
trecho de filmagens”, confidencia Hichcock a Truffaut, “o tempo
todo, desde o início de tudo, eu costumo olhar para minha esposa e
pergunto: E então? Está indo bem? Funciona?"....
Aparições do mestre
Também
conhecido entre seus pares de Hollywood por ser um mestre do
marketing, Hitchcock usou em vários de seus filmes um recurso, que
ele mesmo inventou, que faria história e teria muitos imitadores: o
“cameo” (em português, “camafeu”), uma "participação
especial". Hitchcock é visto em aparições breves, geralmente
no início de seus filmes, segundo ele próprio para não distrair o
público do enredo principal. Há "cameos" de Hitchcock em
todos os seus 54 longas, mas algumas das aparições do mestre são
quase enigmas, difíceis de identificar. Confira a lista com algumas
delas:
Rear
Window (Janela Indiscreta, 1954) –
Hitchcock aparece
dentro
do apartamento do pianista e por um instante olha em direção à câmera.
Psycho (Psicose,
1960) – passa com chapéu de cowboy
em
frente ao carro em que Marion está.
Frenzy (Frenesi,
1972) – aparece no meio da multidão que está às margens
do rio quando
um corpo da vítima aparece boiando.
Suspicion (Suspeita,
1941) – aparece enviando uma carta
no
posto dos correios da cidade.
O
beijo memorável dos protagonistas
James
Stewart e Grace Kelly em cena
de
Janela Indiscreta (“Rear Window”, 1954).
Truffaut
declarou certa vez que era impossível
não
notar que Hitchcock "filmava cenas de
amor
como cenas de crime, e cenas de crime
como
cenas de amor. Acontece que em seus
filmes
fazer amor e morrer são a mesma coisa"
Shadow
of a Doubt (A Sombra de uma Dúvida, 1943) –
aparece num trem jogando cartas com um homem e uma mulher.
Spellbound (Quando
Fala o Coração, 1945) – sai do elevador do Empire Hotel
carregando uma maleta e fumando um cigarro.
Blackmail (Chantagem
e Confissão, 1929) – aparece em cena como um passageiro
no metrô que é importunado por um garoto.
Family
Plot (Trama Macabra, 1976) – aparece de
perfil por trás do vidro de uma porta como se estivesse a falar e a
gesticular.
Dial
M for Murder (Disque M Para Matar, 1954) –
aparece no canto inferior esquerdo de uma foto pendurada na parede da
sala.
The
Birds (Os Pássaros, 1963) – aparece
passeando pela calçada
do
lado de fora da loja de animais.
Lifeboat (Um
Barco e Nove Destinos, 1944) – inicialmente, o diretor
teve a ideia de aparecer como um corpo boiando próximo ao barco.
Porém, entusiasmado com
seu sucesso na tentativa de perder peso, decidiu aparecer posando
para fotos "Antes & Depois" a respeito de um remédio
para emagrecimento mostrado num jornal.
Rope (Festim
Diabólico, 1948) – aparece duas vezes. Logo no início,
aparece
atravessando a rua. Mais tarde, uma caricatura de Hitchcock aparece num neon que reflete na
janela do apartamento.
Notorius (Interlúdio,
1946) – aparece em uma festa realizada
na
mansão de Alexander Sebastian.
O cineasta completamente apaixonado pelas belas mulheres de seus filmes: acima, com Grace Kelly no set de Disque M para Matar.
Abaixo, com Kim Novak, fotografados durante as filmagens de Vertigo; com Tippi Hedren, na
abertura do Festival de Cannes, em 1963, quando
Os pássaros teve exibição Hors Concours;
e com Ingrid Bergman e Cary Grant
durante as filmagens de Notorius.
Também abaixo, breves aparições de Hitchcock nas cenas iniciais de Rebecca, Intriga Internacional, Os Pássaros, Janela Indiscreta e Frenezi, seguidas de uma foto promocional do diretor para o lançamento de Correspondente Estrangeiro, seu último filme nos estúdios de Londres, antes de embarcar para Hollywood, e da reunião com alguns mestres da antiga Hollywood em novembro de 1972, quando o cineasta George Cukor ofereceu um banquete para o mestre do surrealismo, Luis Buñuel, que esteve em Los Angeles para o lançamento de O Discreto Charme da Burguesia.
Na foto, feita por John Ford, estão reunidos, a partir da esquerda, Robert
Mulligan, William Wyler, George Cukor, Robert Wise, Jean-Claude
Carriere, Serge Silverman. Billy Wilder, George Stevens,
Luis Buñuel, Hitchcock e Rouben Mamoulian
Vertigo (Um
Corpo Que Cai, 1958) – aparece aos exatos 11 minutos
de
filme, caminhando em frente ao estaleiro de Gavin Elster.
Strangers
in a Train (Pacto Sinistro, 1951) –
aparece aos 5 minutos
de
filme, embarcando no trem com um contrabaixo.
Foreign
Correspondent (Correspondente Estrangeiro, 1940) –
aparece aos 12 minutos de filme, lendo um jornal e usando um chapéu.
Rebecca (Rebecca,
A Mulher Inesquecível, 1940) – aparece bem no final do
filme, na rua, perto de uma cabine telefônica.
The
Lady Vanishes (A
Dama Oculta, 1938) –
aparece quase
ao
final da Victoria Station, fumando um cigarro.
North
by northwest (Intriga Internacional, 1959) –
aparece logo no começo do filme, em cena de 15 segundos em que corre
para pegar o ônibus.
Topazio (Topázio,
1969) – aparece na estação de trem, numa cadeira de
rodas,
depois
se levanta para cumprimentar um homem.
To
Catch a Thief (Ladrão de Casaca, 1955) -
aparece em torno dos dez minutos, sentado ao lado de Cary Grant em um
ônibus.
Marnie (1964) – aparece no começo do filme, no corredor do hotel.
Que beleza de página, José. Obrigado por atender ao pedido de seu humilde leitor e publicar este ensaio de primeira grandeza sobre Hitchcock, o mestre, ou será sobre a Nouvelle Vague? ou será sobre Godard e Truffaut? Parabéns de novo. Aprendi muito. Vida longa ao José e ao blog Semióticas!
Meu caro José Orlando. Estou completamente encantado. Esta página do seu blog traz, simplesmente, referências aos três filmes que mais amo: Um Corpo que Cai, Acossado, e o Truffaut de Jules et Jim. Grato pelo prazer da leitura e das imagens e parabéns pelo show de inteligência e sofisticação que é este seu Semióticas. Muita sorte para você!
Essa postagem, além de ser uma homenagem sempre muito bem-vinda a esses grandes realizadores do cinema, Godard, Truffaut, Hitchcock, tem o mérito que eu acho um dos mais louváveis na blogosfera, qual seja,o de divulgar obras importantes para nosso enriquecimento cultural. Pareceu-me ser absolutamente esse o caso da sua dica desse livro de Mário Alves Coutinho. Fiquei com muita vontade de ler "Escrever com a Câmera: A literatura cinematográfica de Jean-Luc Godard",em primeiro lugar porque sua postagem desperta esse interesse no leitor e porque Godard é um dos meus preferidos dessa escola francesa. Sempre gostei de toda essa "fala" literária contida em seus filmes. O mais delicioso ainda é que ele continua fiel a sua cinematografia, como podemos notar no mais recente lançamento do cineasta e que pudemos ver aqui em São Paulo, no final do ano passado. O filme Socialisme é absolutamente contemporâneo sem perder essa verve e que marca toda a obra do cineasta. Contém em si uma beleza sem igual na bricolagem de imagens absolutamente poéticas. Obrigado por reportar-nos a esse universo, aliás, tão condizente com esse espaço bacana que é o seu blog. ;-D
Que contexto Ze! Ao ler seu blog consigo lembrar bem das suas aulas. E hoje voce explicou um pouco do cinema e os criticos. O que seria do cinema sem os criticos e vice versa. Escrever com a camera, escrever, escrever. Pensar e pensar! Reconhecidos em vida ou nao, todos esses grandes cineastas citados imprimiram em nossas peliculas mentais, suas ideias! Salve o cinema e seus dialogos fantasticos! Salve a camera e seus planos estranhos, estranhos pra uns, normais pra outros! Com o blog consigo lembrar suas aulas(um das aulas mais frequentadas por todos do curso) que nao dava pr air no bnheiro, pois se perdessemos 1 minuto, ja era... O quadro todo rabiscado de indices, icones e simbolos! Abrs Walfried Weissmann
Os artistas são as antenas da raça. Só por descobrir essa pérola de verdade e sabedoria o seu blog Semióticas já valeria visitas diárias, meu querido José Antônio Orlando. Seu blog são antenas. Beijos e vida longa!
Parabéns, meu caro. Seu tributo ao gênio de Hitchcock, Truffaut e Godard está de alto nível, assim como todas as páginas de seu blog. Foi uma surpresa muito feliz encontrar seu blog Semióticas pela procura no Google. Virei leitor de carteirinha desde a primeira visita. Aguardo pelos próximos tributos. Um abraço para você!
Texto e imagens belíssimos e se não bastasse, ainda , nos presenteia com uma bela literatura. Encanta-me o uso que Godard faz da palavra, nele a palavra é vida é imagem por si só.Ler Mário Alves Coutinho vai ser um enorme prazer. Obrigada por mais essa..
Não sei dizer qual página deste seu blog é mais bem escrita, bonita e bem editada. Mas quando cheguei nesta aqui, sobre o cinema de Hitchcock e os franceses da Nouvelle Vague, que eu amo, não resisti e tive que deixar essa mensagem de parabéns. Você é brilhante, José. E se este seu blog não existisse, tinha que ser inventado. PARABÉNS pra você!
Nossa... Estou sem folego. O que dizer de um post tão interessante, bem escrito, e embasado. Meus parabéns é a coisa mais simples que posso deixar aqui registrado. Foi uma verdadeira aula desses, sem dúvida, gênios do cinema e da arte. Muito obrigado pela sua contribuição tão importante em um meio de comunicação que transita entre o banal e o sublime que é a internet. Precisamos de mais e mais e mais, blogs e posts assim!
Sou fã dos três e confesso que aprendi mais sobre eles com esta sua página do que com tudo que já tinha lido antes sobre o cinema de Hitchcock e sobre a Nouvelle Vague de Truffaut e Godard. Parabéns, José. Seu blog é um espetáculo e das melhores coisas que já encontrei na internet. Show!!!
Cheguei ao seu blog por esta página, fazendo uma busca no Google sobre um filme do Hitchcock. Desde que cheguei aqui, já visitei mais de 20 de suas páginas em poucos minutos. Que show de blog, José Antonio Orlando! Aliás chamar de blog é muito pouco. Cada texto para sofisticado que o outro, cada página mais bem editada, fotos maravilhosas. Virei seu fã e vou ter que voltar muitas outras vezes. Parabéns, mesmo, porque tudo aqui é um espetáculo que eu ainda não tinha encontrado em minhas viagens pela internet. Finalmente encontrei meu porto seguro neste seu Semióticas. Parabéns, parabéns!...
Uau, José! Que aula de cinema e de jornalismo, meu querido. Aprendi muito e fiquei encantada com este ensaio belíssimo e com todas as outras páginas do seu blog. Virei fã de carteirinha e vou ter que visitar todos os dias, várias vezes por dia, para ficar atualizada. Parabéns por tantas maravilhas. Tudo aqui é um show e de uma inteligência cada vez mais rara...
Que maravilha! Dos críticos da revista Cahiers du Cinéma para as primeiras obras-primas de Godard e da Nouvelle Vague e daí a Truffaut e seu perfil sobre o cinema, aliás, sobre o cinema de Hitchcock. A cada visita e a cada mergulho nestes textos belíssimos ganho mais sabedoria e fico mais encantada. Muito grata por tudo, José. Descobrir esta página maravilhosa sobre o melhor do cinema considero que foi um presente para muitas visitas. E este blog Semióticas está cada vez melhor. Mil beijos!
Comecei por este artigo maravilhoso e na sequência acabei ficando perdido entre tantas páginas tão sofisticadas do seu blog. Cada uma delas são muitas aulas de um curso encantador. Lendo e relendo seu artigo "Cahiers du Cinema", por exemplo, com essas imagens de tirar o fôlego, fiz um curso intensivo de cinema, com Godard, Truffaut, a Nouvelle Vague, a revista Cahiers du Cinema, a obra de Hitchcock... Dizer parabéns a você é pouco, José. Melhor dizer como a Stella Guerreiro, aí em cima: Bravo. Bravíssimo. Obrigado, sempre!!! Emerson Santos
Isso aqui não é um post de blog. Isso aqui é uma tese brilhante sobre cinema. Parabéns, José. Sou muito grato por tudo que aprendo e que posso saborear por aqui. Seu blog é o máximo!
Nossa... Aprendi mais sobre cinema e sobre Hitchcock neste seu artigo do que em tudo que já tinha lido antes. Virei seu fã, José Orlando. E assino embaixo do que disse o João Carlos Costa: este Semióticas é o máximo!
Texto riquíssimo! Muito engrandecedor! Desde já buscarei fontes para me aprofundar nos estudos sobre a "palavra" aplicada ao cinema! Adorei os recortes adicionados ao texto, principalmente os pôsteres e cenas do filme onde a palavra influi na fotografia cinematográfica! Não me canso de ler o texto, cada vez que releio, presto atenção a um detalhe importante diferente!
Cheguei por aqui e gostei muito do que vi e do que li. Página excelente. Quando cliquei nas seguintes, tive certeza de cada uma é melhor que outra. Registro todos os parabéns. Seu trabalho é notável.
Comecei por esta página do seu blog Semióticas, às 7 da manhã, e estou até agora viajando por aqui. Cada matéria melhor que a outra, cada imagem mais linda. Posso morar nesse blog a partir de hoje? Por favor! Tudo aqui é sensacional! Ganhou mais uma fã. Parabéns!!! - Silvia Coutinho
Que abordagem maravilhosa sobre o cinema e sobre três dos meus cineastas do coração: Hitchcock, Truffaut e Godard! Amei encontrar este blog Semióticas com todas estas matérias sensacionais. Parece uma aula deliciosa, mas vale por um curso inteiro. Eu adoraria ser sua aluna, professor José Antônio Orlando. Parabéns por tanta beleza e inteligência compartilhada.
Parabéns por este ensaio sensacional e belo em tudo: texto, imagens, edição, ideias. Já visitei várias vezes este blog Semióticas, um dos melhores que conheço, mas somente hoje, por causa de uma postagem no Twitter sobre a morte da musa Anna Karina, é que descobri esta postagem sobre Godard, Truffaut, Hitchcock, Cahiers du Cinéma, Nouvelle Vague etc etc. Maravilha. Por esta e por outras é que este blog Semióticas merece todos os prêmios e todos os elogios.
Estou muito feliz porque o primeiro site que abro hoje é esta postagem maravilhosa sobre meus amados Hitchcock, Truffaut, Godard. Cheguei até aqui seguindo uma postagem que uma amiga compartilhou no Twitter e ganhei o dia. Muito obrigado por compartilhar. Texto perfeito, imagens de tirar o fôlego e de emocionar. Parabéns pela postagem e por tudo neste blog Semióticas. Espetáculo.
Sensacional! Muito obrigado por compartilhar estas histórias e imagens lindas que inspiram a gente e elevam o espírito. Eu não conhecia a maioria destas imagens, acho que já tinha visto em algum lugar apenas alguns dos cartazes de filmes, mas amei a descoberta. Parabéns de novo por tudo neste blog Semióticas e por sua generosidade em compartilhar beleza e sabedoria.
Que beleza de página, José. Obrigado por atender ao pedido de seu humilde leitor e publicar este ensaio de primeira grandeza sobre Hitchcock, o mestre, ou será sobre a Nouvelle Vague? ou será sobre Godard e Truffaut? Parabéns de novo. Aprendi muito. Vida longa ao José e ao blog Semióticas!
ResponderExcluirMeu caro José Orlando. Estou completamente encantado. Esta página do seu blog traz, simplesmente, referências aos três filmes que mais amo: Um Corpo que Cai, Acossado, e o Truffaut de Jules et Jim. Grato pelo prazer da leitura e das imagens e parabéns pelo show de inteligência e sofisticação que é este seu Semióticas. Muita sorte para você!
ResponderExcluirEssa postagem, além de ser uma homenagem sempre muito bem-vinda a esses grandes realizadores do cinema, Godard, Truffaut, Hitchcock, tem o mérito que eu acho um dos mais louváveis na blogosfera, qual seja,o de divulgar obras importantes para nosso enriquecimento cultural. Pareceu-me ser absolutamente esse o caso da sua dica desse livro de Mário Alves Coutinho. Fiquei com muita vontade de ler "Escrever com a Câmera: A literatura cinematográfica de Jean-Luc Godard",em primeiro lugar porque sua postagem desperta esse interesse no leitor e porque Godard é um dos meus preferidos dessa escola francesa.
ResponderExcluirSempre gostei de toda essa "fala" literária contida em seus filmes. O mais delicioso ainda é que ele continua fiel a sua cinematografia, como podemos notar no mais recente lançamento do cineasta e que pudemos ver aqui em São Paulo, no final do ano passado. O filme Socialisme é absolutamente contemporâneo sem perder essa verve e que marca toda a obra do cineasta. Contém em si uma beleza sem igual na bricolagem de imagens absolutamente poéticas. Obrigado por reportar-nos a esse universo, aliás, tão condizente com esse espaço bacana que é o seu blog. ;-D
Que contexto Ze! Ao ler seu blog consigo lembrar bem das suas aulas. E hoje voce explicou um pouco do cinema e os criticos. O que seria do cinema sem os criticos e vice versa. Escrever com a camera, escrever, escrever. Pensar e pensar! Reconhecidos em vida ou nao, todos esses grandes cineastas citados imprimiram em nossas peliculas mentais, suas ideias! Salve o cinema e seus dialogos fantasticos! Salve a camera e seus planos estranhos, estranhos pra uns, normais pra outros! Com o blog consigo lembrar suas aulas(um das aulas mais frequentadas por todos do curso) que nao dava pr air no bnheiro, pois se perdessemos 1 minuto, ja era... O quadro todo rabiscado de indices, icones e simbolos! Abrs
ResponderExcluirWalfried Weissmann
Os artistas são as antenas da raça. Só por descobrir essa pérola de verdade e sabedoria o seu blog Semióticas já valeria visitas diárias, meu querido José Antônio Orlando. Seu blog são antenas. Beijos e vida longa!
ResponderExcluirJuliana Damasceno
Parabéns, meu caro. Seu tributo ao gênio de Hitchcock, Truffaut e Godard está de alto nível, assim como todas as páginas de seu blog. Foi uma surpresa muito feliz encontrar seu blog Semióticas pela procura no Google. Virei leitor de carteirinha desde a primeira visita. Aguardo pelos próximos tributos. Um abraço para você!
ResponderExcluirTexto e imagens belíssimos e se não bastasse, ainda , nos presenteia com uma bela literatura.
ResponderExcluirEncanta-me o uso que Godard faz da palavra, nele a palavra é vida é imagem por si só.Ler Mário Alves Coutinho vai ser um enorme prazer. Obrigada por mais essa..
Benilde Lustosa
Que site ótimo!!!
ResponderExcluirObrigada Benilde!!
Vou devorar Coutinho!
Wanessa Tenório.
Não sei dizer qual página deste seu blog é mais bem escrita, bonita e bem editada. Mas quando cheguei nesta aqui, sobre o cinema de Hitchcock e os franceses da Nouvelle Vague, que eu amo, não resisti e tive que deixar essa mensagem de parabéns. Você é brilhante, José. E se este seu blog não existisse, tinha que ser inventado. PARABÉNS pra você!
ResponderExcluirNossa...
ResponderExcluirEstou sem folego. O que dizer de um post tão interessante, bem escrito, e embasado.
Meus parabéns é a coisa mais simples que posso deixar aqui registrado.
Foi uma verdadeira aula desses, sem dúvida, gênios do cinema e da arte.
Muito obrigado pela sua contribuição tão importante em um meio de comunicação que transita entre o banal e o sublime que é a internet. Precisamos de mais e mais e mais, blogs e posts assim!
Sou fã dos três e confesso que aprendi mais sobre eles com esta sua página do que com tudo que já tinha lido antes sobre o cinema de Hitchcock e sobre a Nouvelle Vague de Truffaut e Godard. Parabéns, José. Seu blog é um espetáculo e das melhores coisas que já encontrei na internet. Show!!!
ResponderExcluirÓtima página!!!
ResponderExcluirBárbaro!
ExcluirCheguei ao seu blog por esta página, fazendo uma busca no Google sobre um filme do Hitchcock. Desde que cheguei aqui, já visitei mais de 20 de suas páginas em poucos minutos. Que show de blog, José Antonio Orlando!
ResponderExcluirAliás chamar de blog é muito pouco.
Cada texto para sofisticado que o outro, cada página mais bem editada, fotos maravilhosas. Virei seu fã e vou ter que voltar muitas outras vezes. Parabéns, mesmo, porque tudo aqui é um espetáculo que eu ainda não tinha encontrado em minhas viagens pela internet. Finalmente encontrei meu porto seguro neste seu Semióticas.
Parabéns, parabéns!...
Uau, José! Que aula de cinema e de jornalismo, meu querido. Aprendi muito e fiquei encantada com este ensaio belíssimo e com todas as outras páginas do seu blog. Virei fã de carteirinha e vou ter que visitar todos os dias, várias vezes por dia, para ficar atualizada. Parabéns por tantas maravilhas. Tudo aqui é um show e de uma inteligência cada vez mais rara...
ResponderExcluirDenise Amaranto
un placer leer este blog, como siempre. Obrigada José.
ResponderExcluirAndrea
Que maravilha! Dos críticos da revista Cahiers du Cinéma para as primeiras obras-primas de Godard e da Nouvelle Vague e daí a Truffaut e seu perfil sobre o cinema, aliás, sobre o cinema de Hitchcock. A cada visita e a cada mergulho nestes textos belíssimos ganho mais sabedoria e fico mais encantada. Muito grata por tudo, José.
ResponderExcluirDescobrir esta página maravilhosa sobre o melhor do cinema considero que foi um presente para muitas visitas. E este blog Semióticas está cada vez melhor. Mil beijos!
Lígea Santanna
Bravo. Bravíssimo... Obrigada sempre!!!
ResponderExcluirComecei por este artigo maravilhoso e na sequência acabei ficando perdido entre tantas páginas tão sofisticadas do seu blog. Cada uma delas são muitas aulas de um curso encantador. Lendo e relendo seu artigo "Cahiers du Cinema", por exemplo, com essas imagens de tirar o fôlego, fiz um curso intensivo de cinema, com Godard, Truffaut, a Nouvelle Vague, a revista Cahiers du Cinema, a obra de Hitchcock... Dizer parabéns a você é pouco, José. Melhor dizer como a Stella Guerreiro, aí em cima: Bravo. Bravíssimo. Obrigado, sempre!!!
ResponderExcluirEmerson Santos
Isso aqui não é um post de blog. Isso aqui é uma tese brilhante sobre cinema. Parabéns, José. Sou muito grato por tudo que aprendo e que posso saborear por aqui. Seu blog é o máximo!
ResponderExcluirNossa... Aprendi mais sobre cinema e sobre Hitchcock neste seu artigo do que em tudo que já tinha lido antes. Virei seu fã, José Orlando. E assino embaixo do que disse o João Carlos Costa: este Semióticas é o máximo!
ResponderExcluirCarlos Nogueira
Texto riquíssimo! Muito engrandecedor! Desde já buscarei fontes para me aprofundar nos estudos sobre a "palavra" aplicada ao cinema! Adorei os recortes adicionados ao texto, principalmente os pôsteres e cenas do filme onde a palavra influi na fotografia cinematográfica!
ResponderExcluirNão me canso de ler o texto, cada vez que releio, presto atenção a um detalhe importante diferente!
Cheguei por aqui e gostei muito do que vi e do que li. Página excelente. Quando cliquei nas seguintes, tive certeza de cada uma é melhor que outra. Registro todos os parabéns. Seu trabalho é notável.
ResponderExcluirAmei. Uma delícia de aula sobre Cinema. Semióticas é o melhor que conheço. Parabéns. Sou muito fã.
ResponderExcluirComecei por esta página do seu blog Semióticas, às 7 da manhã, e estou até agora viajando por aqui. Cada matéria melhor que a outra, cada imagem mais linda. Posso morar nesse blog a partir de hoje? Por favor! Tudo aqui é sensacional! Ganhou mais uma fã. Parabéns!!! - Silvia Coutinho
ResponderExcluirQue abordagem maravilhosa sobre o cinema e sobre três dos meus cineastas do coração: Hitchcock, Truffaut e Godard! Amei encontrar este blog Semióticas com todas estas matérias sensacionais. Parece uma aula deliciosa, mas vale por um curso inteiro. Eu adoraria ser sua aluna, professor José Antônio Orlando. Parabéns por tanta beleza e inteligência compartilhada.
ResponderExcluirMarcela Villaça
Parabéns por este ensaio sensacional e belo em tudo: texto, imagens, edição, ideias. Já visitei várias vezes este blog Semióticas, um dos melhores que conheço, mas somente hoje, por causa de uma postagem no Twitter sobre a morte da musa Anna Karina, é que descobri esta postagem sobre Godard, Truffaut, Hitchcock, Cahiers du Cinéma, Nouvelle Vague etc etc. Maravilha. Por esta e por outras é que este blog Semióticas merece todos os prêmios e todos os elogios.
ResponderExcluirAlessandro Tridapalli
Este blog Semióticas é um espetáculo.
ResponderExcluirParabéns, de novo, por mais este artigo maravilhoso com imagens lindas.
Amei, amei. Alto nível.
Anna Gutiérrez
Estou muito feliz porque o primeiro site que abro hoje é esta postagem maravilhosa sobre meus amados Hitchcock, Truffaut, Godard. Cheguei até aqui seguindo uma postagem que uma amiga compartilhou no Twitter e ganhei o dia. Muito obrigado por compartilhar. Texto perfeito, imagens de tirar o fôlego e de emocionar. Parabéns pela postagem e por tudo neste blog Semióticas. Espetáculo.
ResponderExcluirGeorge Garcia Leal
Amei encontrar esta matéria linda sobre Godard, Truffaut, Hitchcock. Parabéns de novo por tudo neste blog Semióticas das mil maravilhas.
ResponderExcluirMonica Benevides
Sensacional!
ResponderExcluirMuito obrigado por compartilhar estas histórias e imagens lindas que inspiram a gente e elevam o espírito. Eu não conhecia a maioria destas imagens, acho que já tinha visto em algum lugar apenas alguns dos cartazes de filmes, mas amei a descoberta. Parabéns de novo por tudo neste blog Semióticas e por sua generosidade em compartilhar beleza e sabedoria.
Luis Antonio Nascimento