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3 de fevereiro de 2012

Ovelha negra





Depois da estrada começa uma grande avenida.
No fim da avenida, existe uma chance, uma sorte,
uma nova saída. Qual é a moral? 
Qual vai ser o final dessa história? 

–– Rita Lee, “Coisas da Vida” (1976).
 
 
Rita Lee Jones está a pleno vapor na casa que vai além dos 50 anos de carreira. Nos noticiários ela sempre esteve, desde 1966, com a estreia ao lado dos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, com Os Mutantes, a banda mais lendária, mais inovadora e mais irreverente do rock brasileiro. Acontece que Rita Lee retornou aos noticiários no final de janeiro em manchetes que deixaram apreensivos seus milhões de fãs: em 22 de janeiro, ela anunciou via Twitter sua aposentadoria de shows com a apresentação marcada para o dia 28 em Aracaju, Sergipe.

Me aposento dos shows, mas da música nunca”, explicou. Saio de cena absolutamente 'paixonadacocês. Pelo Twitter, Rita também anunciou dois novos CDs: “Reza”, que foi gravado em estúdio com uma seleção de canções inéditas, e “Bossa'n Movies” – projeto acalentado há anos e nunca finalizado, ainda sem data nem previsão de lançamento, planejado para completar a trilogia Bossa Nova iniciada com “Bossa'n Roll” (de 1991) e “Bossa'n Beatles” (de 2001). Rita também tem vários projetos anunciados de livros: autobiografia, publicações para o público infantil, casos de ficção, publicações com fotos e textos de retrospectiva de carreira. Mas a notícia principal veio na manhã de domingo, 29 de janeiro, quando a rainha do Rock Brasil foi destaque em todos os sites e redes sociais.

No show da noite de sábado, 28 de janeiro, em Aracaju, no “Verão Sergipe”, com entrada franca e mais de 20 mil pessoas na plateia de muitos turistas, na praia de Atalaia Nova, Rita Lee, visivelmente emocionada, enfrentou a PM para defender seus fãs da violência policial durante o show. Os vídeos postados no Youtube não deixam dúvidas sobre a truculência da ação dos policiais que provocou uma reação inédita de Rita no palco:













Isso é força bruta! Vocês não têm o direito de usar a força na meninada que não tá fazendo nada! Cadê o responsável? Eu quero falar! Esse show é meu, não é de vocês! Esse show é minha despedida do palco, e vocês continuam tendo que guardar as pessoas – não agredir, seus cachorros! Eu sou do tempo da ditadura, vocês pensam que eu tenho medo? Eu sou mulher! Mulher! Eu tive três filhos, tenho uma neta, 67 anos, o que vocês vão fazer? É isso que vocês querem? Chamar atenção? Eles querem chamar a atenção! Querem cantar? Querem o quê? É horrível! Por que isso? Por quê?”

A truculência da PM continuou e Rita Lee também continuou seu protesto: “Não, eu não vou esperar! Esse show é meu, as pessoas estão esperando eu cantar, não a gracinha de vocês, seus filhos da puta! Agora venham me prender!” Minutos depois do protesto os policiais se afastam. Rita Lee retoma seu lugar no palco e faz o show até o final. Ao sair do palco, foi levada para uma delegacia. Na plateia, assistindo ao show em um palanque montado de frente para o palco, havia autoridades locais, entre elas o governador de Sergipe, Marcelo Deda, e Heloísa Helena, vereadora de Maceió e ex-senadora.







Para escândalo e decepção de quem estava no show ou assistiu às imagens da truculência policial através dos vídeos no Youtube, até houve uma "autoridade" que declarou aos repórteres que “não viu nenhuma ação policial que justificasse a reação da cantora”. Mas a maioria das autoridades presentes foi até a delegacia prestar depoimento em favor de Rita Lee e em solidariedade ao protesto.

O destaque nas redes ainda ocasionou nos dias seguintes minutos de fama para um ou outro insano que ousava defender a violência policial, mas a maioria das “cabeças pensantes” foi solidária ao protesto, à coragem e à dignidade da artista. “Os comentários sobre a prisão de Rita Lee no Twitter são assustadores: em breve, a turma vai estar marchando de braço estendido, gritando ANAUÊ!”, registrou o poeta André Vallias. "Algumas reações ao affair Rita Lee mostram que o atraso mental e o autoritarismo continuam entre nós. É o século 21 versus a Nova Idade Média", destacou o crítico de música Jamari França. 













Diversos artistas do primeiro time, lideranças dos movimentos populares e parlamentares de esquerda também se manifestaram a favor da roqueira. Até o presidente nacional da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, foi solidário à atitude de Rita. Na avaliação de Ophir, o episódio só confirmou, nas palavras dele próprio, "a falta de preparação adequada da polícia, o que vai de Sergipe até São Paulo, onde vimos o caso Pinheirinho".

A referência ao caso Pinheirinho foi para lembrar a ocorrência registrada em São José dos Campos, onde há poucos dias havia acontecido, por determinação de juízes e do governo do Estado, uma violenta repressão policial na reintegração de posse contra uma população de 9 mil moradores que ocupava desde 2004 um terreno abandonado. Em entrevista, o advogado argumentou que a truculência policial no show de Rita Lee prova que os governos deveriam investir numa "maior preparação" da polícia para atuar junto a multidões. "É preciso investir numa polícia mais humana e mais cidadã", declarou Ophir Cavalcante.



Última turnê



A triste ocorrência policial no show em Sergipe foi um desfecho melancólico para a anunciada última turnê de Rita Lee, um dos nomes mais populares e criativos do Brasil nas últimas décadas. A estreia da turnê foi em Belo Horizonte, na Arena do Chevrolet Hall, em 17 de abril de 2010, antes de seguir para outras capitais, além de Argentina e Uruguai. "ETC", como a nova turnê foi batizada, prometeu e cumpriu tudo que os fãs esperam de um show em grande estilo da rainha do rock: doses generosas de bom humor, técnica apurada no palco e nos efeitos especiais de luzes e som. Também estrearam novos arranjos para alguns dos grandes sucessos consagrados em uma trajetória de cinco décadas de estrada de Rita Lee, das primeiras experiências com Os Mutantes aos trabalhos mais recentes, passando por "Baby", "Ovelha Negra", "Baila Comigo", "Doce Vampiro", "Chega Mais", "Banho de Espuma", “Vírus do Amor” e muito mais.












"Se ainda não mataram a óbvia charada de por que a turnê se chamar ETC, aqui vão algumas respostas para perguntas que volta e meia me fazem quando dou entrevistas ou converso com um fã: há 45 anos trabalho com música; participei de algumas bandas; tenho trocentas composições; já fiz um bilhão, setecentos e dezenove milhões e setenta mil shows; já me vesti de noiva, boba da corte, presidiária e Nossa Senhora Aparecida; há 33 anos sou casada com Roberto de Carvalho, meu maior parceiro musical e pai dos meus 3 filhos" – foi o que ouvi ao telefone da própria Rita Lee, que aguardava o voo de São Paulo para Belo Horizonte, naquela tarde de 16 de abril de 2010, véspera da estreia do show e da turnê.

Foi minha terceira entrevista com Rita. Por incrível coincidência, as anteriores também foram em aeroportos, mas cara a cara: a primeira em 1986, quando o acaso e a sorte me colocaram ao seu lado na fila de embarque no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Rita acompanhada por Roberto de Carvalho e pela secretária Suely Aguiar e eu, estudante de Comunicação da UFJF, ouvi dela uma lista de muitos projetos que estavam por vir (incluindo novos discos e shows, livros para o público infantil, a série “Dr. Alex, e um programa para a MTV, “TVLeeZão”), além de um autêntico “furo de reportagem”: a declaração de que estava rompendo contrato com a Som Livre, gravadora que havia lançado seus maiores sucessos de público e crítica desde o final dos anos 1970.

A segunda entrevista também foi obra do acaso e da sorte. Em 1995, às vésperas de concluir a dissertação de Mestrado na UFMG, fui a São Paulo para participar de um simpósio na USP e, na volta, avisto Rita e Roberto acompanhados por um séquito no aeroporto – eu retornando a BH e a dupla partindo para uma nova turnê depois de um longo intervalo. Ser reconhecido pela roqueira e ser chamado de “mineirinho” foi uma festa. Outra entrevista e outra revelação: ela estava de contrato assinado para fazer a abertura do show dos Rolling Stones no Brasil.









Família rock'n'roll: Beto Lee, Rita Lee
e Roberto de Carvalho no palco em BH, 
na estreia da turnê com o show ETC.
Também acima, o último show da turnê
ETC, em São Paulo, em fotografia de
Calebe Simões. No alto da página,
Rita Lee em 2002, fotografada por
Adriana Zehbrauskas; no show em
Aracaju, no Sergipe, em fotos publicadas nas
redes sociais da própria Rita; na delegacia
de Aracaju; e a pleno vapor, no palco,
na temporada da turnê ETC.

Abaixo, Rita com os Mutantes no palco
em São Paulo, em 1969; o documento
de identificação para o lendário show com
Os Mutantes em Cannes, na França, em 1969,
no Festival de Midem; e Arnaldo Baptista,
Rita Lee e Sérgio Dias Baptista, a formação
original de Os Mutantes, em turnê,
durante a segunda visita da banda à
França, em novembro de 1970.
As gravações realizadas na época no
Des Dames Studio, em Paris, estão no
álbum Tecnicolor, que somente seria
lançado 30 anos depois, em abril do ano
2000, com ilustrações e projeto gráfico
de Sean Lennon, filho de John Lennon
e Yoko Ono e grande fã dos Mutantes.

Também abaixo, Rita Lee em fotografia
feita em 1972 por Leila Lisboa Sznelwar,
nos bastidores do show de lançamento do
álbum Mutantes e seus Cometas no
País dos Baurets, o último LP de Rita
como integrante de Os Mutantes;
e Rita em junho de 1972 no País de Gales
(Reino Unido), fotografada por Lucinha Bardi
no encontro de amigos com Ritchie (à esquerda),
Leila Lisboa Sznelwar Lucinha Turnbull
(que faria dupla com Rita em Cilibrinas do Éden
e depois tocaria com Rita na banda Tutti Frutti);
no final daquele ano, Ritchie viria pela primeira
vez ao Brasil, convite de Rita; 10 anos depois,
Ritchie lançaria uma canção de sucesso,
"Menina Veneno"composição em
parceria com Bernardo Vilhena e
em homenagem a Rita Lee



























A terceira entrevista que fiz com ela – com Rita no aeroporto, em São Paulo, e eu na redação do jornal, em BH – talvez tenha sido das últimas que concedeu, já que nos últimos tempos, cada vez mais avessa aos encontros com jornalistas, Rita tem feito declarações através de e-mail ou nas postagens via Twitter, à exceção de breves encontros com equipes de TV nos bastidores dos shows ou nas viagens para apresentações no exterior. Mesmo assim, ela tem declarado que está se aposentando dos shows e dos estúdios de gravação para se dedicar a outros projetos, especialmente os livros que estão planejados e adiados há anos.

Na breve conversa ao telefone, Rita Lee destacou que aquela entrevista era uma exceção. Com pressa, mas sempre com o bom humor à flor da pele, Rita comentou sobre nossas entrevistas anteriores em aeroportos – “Putz, mineirinho, acho que me lembro sim de você, mas minha memória está queimada...” – e falou sobre a expectativa para a turnê que ela iria estrear no dia seguinte nas Minas Gerais. Disse que estava muito feliz porque a estreia seria em Belo Horizonte – cidade com a qual ela confessa que tem uma certa "ligação astral", com muitos amigos do peito e recordações das mais positivas. 

 
















Rita Lee em quatro tempos: 1) aos 15,
em 1963, quando formava com mais
duas garotas as Teenage Singers,
banda que participava de shows e de
festas colegiais; 2) com a formação
original de Os Mutantes, em 1968, e
com a Collie chamada Daniela Danone
que sempre excursionava com a banda
e foi pivô da separação entre Rita e os
irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista;
3) em carreira solo, na década de 1970;
4) em 2007, na capa da edição nacional
da revista Rolling Stone.

Abaixo: 1) e 2) Rita Lee em 1967, na época
de Os Mutantes, no Parque do Ibirapuera;
3) em foto promocional para a estreia
do primeiro show com a banda Tutti Frutti
em 1973; 4) no palco do Teatro Bandeirantes
com a banda Tutti Frutti (Lee Marcucci no baixo;
Emilson Colantonio na bateria; Luis Sérgio Carlini
na guitarra solo; e Lúcia Turnbull na guitarra e
vocais), em 1974, no lançamento do álbum
"Atrás do porto tem uma cidade"; 6) no palco,
em 1978, na estreia do show Rita Lee &
Cães e Gatos (nome dado depois da brigas
internas durante os ensaios), com o repertório
de Babilônia, sexto álbum de estúdio de Rita
e o quarto e último com a banda Tutti Frutti;
7) ao piano em 1976, em fotografia
de Bob Wolfenson; 8) e 9) em família,
com os três filhos de seu casamento com
Roberto de Carvalho, Beto (nascido em
1977), João (n. 1979) e Antônio (n. 1981)































"Minas também é de capricórnio", destacou Rita ao telefone, lembrando que o estado das Minas Gerais de ouro, diamantes e pedras preciosas e ela nasceram sob a influência do mesmo signo do Zodíaco. "Todo capricorniano melhora com o tempo e sim, o prazer de estar no palco permanece tão intacto quanto a máscara dourada de Tutankamon", completou.

Reproduzo, abaixo, os principais trechos da entrevista, que foi publicada pelo jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, numa data emblemática: o dia 17 de abril de 2010, data de estreia nacional de “ETC”, da anunciada última turnê de shows de Rita Lee.


Você diz que BH representa experiências importantes para você em momentos especiais. O que o público pode esperar do show de estreia da turnê de "ETC"? Sucessos, inéditas, surpresas?

RITA LEE – Esta será mais uma apresentação das bilhões que já fiz pelos bailes da vida, portanto não há grandes surpresas. Talvez uma ou outra inédita, mas sei que o público que vai me ver espera ouvir e cantar os hits mais populares e outras que eu resolvo tirar e pôr conforme o que me vem à veneta.

Em 45 anos de palco e estrada e estúdios, você já fez de tudo e já declarou que a vantagem e o problema maior da maturidade é conhecer de tudo e saber que é cópia descarada a maior parte do que é apresentado como novo. O que falta acontecer na história do rock’n’roll sexagenário? O que Rita Lee ainda não fez mas vai fazer?

Um artista que está há 40 e tantos anos na estrada e que possui uma boa bagagem musical como eu, tem mais é que agradecer aos deuses pelo privilégio de manter os fãs e ainda sobreviver de música. Meu maior desafio não é revolucionar nada, meu desafio é manter o bom humor no meio de tanta gente chata reclamando da vida.

O que você costuma ouvir por prazer no dia a dia e em quais circunstâncias?

Em casa só escuto música instrumental, com poucas e raríssimas exceções, mas prefiro mesmo o silêncio.


























Acima, Rita Lee na primeira apresentação
sem Os Mutantes, em um show-desfile na
Feira de Utilidades Domésticas (UD), em
São Paulo, em abril de 1970. Para o evento,
patrocinado pela Rhodia, Rita criou uma
personagem caipira, Ritinha Malazarte, que
era acompanhada pela tradicional dupla
sertaneja Tonico e Tinoco. Também acima,
seis capas de LPs: Build Up (1970), disco
de estreia de Rita Lee na carreira solo;
Fruto Proibido (1975) e Babilônia (1978),
com a banda Tutti Frutti; Refestança (1977),
registro da turnê que reuniu no mesmo palco
Rita com Tutti Fruti e Gilberto Gil com a
banda Refavela; Rita Lee (1979), primeiro
álbum da parceria com Roberto de Carvalho;
Balacobaco, de 2003, último disco
de inéditas antes de Reza (2012).

Abaixo: 1) Rita com Tim Maia no escritório
da gravadora Philips, em 1973, na época em
que Tim assinava seu primeiro contrato com a
gravadora por indicação de Rita, que deixou
Os Mutantes e preparava seu primeiro LP
com sua nova banda, Tutti Frutti
2) Rita lado a lado com David Bowie,
que ela diz ser sua verdadeira alma gêmea,
no encontro em 1979, época do lançamento
do primeiro álbum solo depois da fase
Tutti Frutti de Rita, com “Mania de Você”,
Doce Vampiro”, “Chega Mais”, “Baila Comigo” e
outros sucessos; 3) Rita no ano 2000, fotografada
por sua assessora Patrícia Albuquerque, no
processo de maquiagem e produção para posar
como David Bowie em um ensaio fotográfico;
4) com Roberto de Carvalhono palco, em
1980, ainda no começo da parceria e do
casamento; 5) com Itamar Assumpção no
ano 2000, no intervalo da gravação de
"Aviso aos meliantes", canção do álbum
"3001", parceria de Itamar, Rita e Roberto
de Carvalho; 6) com João Gilberto, seu ídolo
de longa data, no palco, durante um programa
especial para a TV Globo, também em 1980;
e 7) de férias no Caribe, em uma praia de
Barbados, na América Central,
na década de 1980































E os novos da música, no Brasil e em outros países? Algum deles lhe agrada?

Confesso que estou muito por fora da música planetária em geral. Não sei. Mas sim, se algum artista novo durar mais do que 15 minutos de sucesso pode ser que eu vá escutar alguma coisa dele.

Em entrevista recente que fiz com o Midas do mercado fonográfico André Midani, ele fez altos elogios a você. Segundo Midani, Rita Lee é, há décadas, uma das mais interessantes artistas da música brasileira – e comparou sua importância especialíssima com a estrela Carmen Miranda, por motivos diversos. Para Midani, Rita Lee é a Carmen Miranda do rock nacional. Na sua opinião, a comparação procede?

Meu Deus, quanta honra! Monsieur André Midani é um cavalheiro, como sempre foi. La Miranda fez um sucesso tremendo no exterior e acho que nunca houve, até hoje, alguém que representasse o Brasil com a genialidade dela, com o talento e as performances incríveis que a maravilhosa Carmen Miranda sempre teve. Mas é uma grande honra estar nessa comparação. Adorei. Quero ser merecedora.






E o tempo? Mudou alguma coisa na sua visão de mundo a experiência dos filhos adultos e ser vovó pela primeira vez? Pensa em retomar projetos como os livros de literatura infantil e ecológica com o incrível Dr. Alex? Quais os projetos futuros de Rita Lee?

Prefiro ser a vovó antena da de hoje do que a jovem burrinha que fui ontem. Ficar velho tem suas vantagens, o que estraga é a dor na coluna, o fígado que reclama, a pele que despenca. E saber de onde vem aquele acorde, aquele arranjo, aquele ritmo, saber quem está copiando quem. Talvez a minha inspiração retorne com minha neta e eu escreva a continuação das aventuras de Dr. Alex. Tenho planos de outros livros também. Vamos ver o que acontece.

Na Antiguidade Clássica, os pensadores gregos (Aristóteles em especial) defendiam que a política é a rainha das artes, porque dela dependem todas as outras. Como a política, na sua concepção mais abrangente, sempre foi ingrediente dos mais importantes na pauta de Rita Lee, desde priscas eras, você acredita que, no Brasil do futuro, tudo vai ser diferente?

Que pergunta mais difícil, mineirinho, você agora pegou pesado com meus dois neurônios. Não sei não... Mas a única coisa que sei é que enquanto o voto for obrigatório no Brasil, nada vai mudar.


por José Antônio Orlando.


Como citar:


ORLANDO, José Antônio. Ovelha negra. In: Blog Semióticas, 3 de fevereiro de 2012. Disponível no link http://semioticas1.blogspot.com/2012/02/ovelha-negra.html (acessado em .../.../…).













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