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31 de maio de 2015

Felice Beato e os Samurais








A força de um é apenas um acidente
que decorre da fraqueza dos outros.

–  Joseph Conrad, “O Coração das Trevas” (1899).


Mais de 500 anos depois das viagens lendárias e das descobertas do mercador Marco Polo, um outro cidadão nascido em Veneza trouxe, para o Mundo Ocidental, revelações impressionantes sobre os povos do Oriente. Nas décadas de 1850 e 1860, o italiano depois naturalizado inglês Felice Beato (1825-1909) tornou-se o primeiro a registrar em fotografias as cenas de guerras e também os povos da Ásia, com dedicação especial para Samurais, Gueixas e outras figuras marcantes da cultura tradicional do Japão.

Além dos retratos etnográficos sobre a cultura japonesa com seu acréscimo de cores pintadas a mão pelo próprio fotógrafo – que tiveram exposições com sucesso impressionante de público em Veneza, Paris, Londres e outras capitais da Europa no final do século 19 – Felice Beato também produziu outras centenas de fotografias panorâmicas de paisagens, de cidades e dos povos que habitavam os territórios estranhos e desconhecidos da China, da Índia, da Palestina, do Egito e de países da África.

Ao título de pioneiro da fotografia e do fotojornalismo, Felice Beato acrescentaria outro mérito: também foi o primeiro fotógrafo de guerra, registrando imagens da Guerra da Crimeia (1853-1856), da Rebelião na Índia contra a ocupação britânica (1857-1858) e da Guerra do Ópio na China (1856-1860), para espanto e comoção de seus contemporâneos europeus, que viviam admirados os primeiros tempos das novidades impressionantes que a fotografia começava a representar.











Felice Beato e os Samurais: no alto,
Samurais no Japão na década de 1860.
Acima, capa do catálogo fotográfico
Japon fin de siècle, que reúne uma
seleção das fotografias do pioneiro
Felice Beato no País do Sol Nascente






.




As guerras e o exotismo dos cenários



Contratado pela Coroa Britânica e por outros países da Europa para registrar imagens das tropas militares avançando pelo território inimigo, Felice Beato teve como missão, nas expedições de guerra, a tarefa de fazer registros amenos dos conflitos, sem mostrar muito sangue e sem fazer alarde sobre a tragédia, para exaltar a força e a superioridade dos europeus frente aos povos do Oriente. Contudo, a tarefa, muitas vezes, produziu resultados que impressionam mais pela violência do que pelo exotismo dos cenários.

O que se vê, nas imagens de guerra registradas por Felice Beato que chegaram até nossos dias, muitas delas resgatadas pelo livro publicado em 2014 pela pesquisadora francesa Catherine Pinguet ("Felice Beato, 1832-1909: Aux origines de la photographie de guerre", CNRS Editions) são cenas de violência e destruição, com corpos mutilados e soldados desolados. Em cada imagem, o fotógrafo revela cenários sombrios, repletos de informação sobre as circunstâncias da guerra, seus personagens, suas vestimentas e costumes – com predominância de retratos posados, já que os personagens precisavam ficar parados por muito tempo para o registro perfeito da fotografia, sempre dificultado por filmes pouco sensíveis e lentes improvisadas.












Felice Beato e as fotografias de guerra
em 1860: no alto, o exército britânico no
forte de Pei-Tang, na China, durante a
Guerra do Ópio. Acima, o cenário de
destruição com corpos espalhados após
o fim da batalha, no Forte de Taku.
Abaixo, o templo budista de Shiba,
em Tóquio, 1860, e uma embarcação
transportando gueixas em Yokohama,
no Japão, em fotografia de 1865
 








 







Em 1860, com o fim da Guerra do Ópio, que levou ao confronto as tropas militares da China contra a Grã-Bretanha, Felice Beato interrompe por um breve período sua trajetória de viajante e aventureiro pelas terras do Oriente e retorna à Europa. Em Londres, o fotógrafo pioneiro vai comercializar a maior parte das imagens que havia produzido nas décadas anteriores, incluindo as cópias em papel cartonado e os negativos de vidro.



Imagens sem precedentes



A partir de Londres, o acervo de centenas de imagens sem precedentes produzidas por Felice Beato vai então se dispersar e gerar fortunas para seus compradores – entre eles alguns colecionadores de obras de arte, integrantes da nobreza e comerciantes que começavam a arriscar a sorte no negócio das imagens fotográficas. Depois da temporada em Londres, Felice Beato retornaria para o Japão, fixando residência em Yokohama, onde viveria até 1885, produzindo sua documentação fotográfica e as séries sobre Samurais e Gueixas.








Felice Beato e os Samurais: imagens
exóticas que impressionaram seus
contemporâneos na Europa e ainda
surpreendem, pela técnica apurada das
imagens produzidas com equipamentos
artesanais e pelo acréscimo de pinturas
coloridas feitas a mão pelo fotógrafo




 







Considerado perdido durante mais de um século, o acervo de fotografias do pioneiro Felice Beato foi em parte resgatado, finalmente, com publicações em livros e catálogos fotográficos a partir da década de 1980. Uma nova leva de imagens inéditas produzidas pelo fotógrafo pioneiro acaba de ser apresentada em uma exposição na Inglaterra, a London Photograph Fair 2015, além da publicação do catálogo fotográfico “Japon fin de siècle”. Editado na França pela Casa Arthaud, o catálogo reúne 70 fotografias originais e inéditas de Felice Beato e estudos biográficos a cargo de especialistas em História da Fotografia, entre eles Pierre Loti e Chantal Edel.

A exposição das imagens pioneiras dos Samurais e Gueixas na London Photograph Fair 2015 foi realizada graças à colaboração dos herdeiros de Sir Henry Hering. No final do século 19, Hering era proprietário de um estúdio fotográfico em Londres e comprou as fotografias diretamente do próprio Felice Beato. Na França, a publicação do catálogo “Japon fin de siècle” também contou com o acervo de coleções particulares, cedidas pela primeira vez pelos herdeiros de antigos colecionadores.













As cenas mais antigas do Japão

registradas por Felice Beato: acima e
abaixo, mulheres e gueixas em Yokohama 
e em Tóquio na década de 1860, imagens
do catálogo fotográfico Japon fin de siècle 


 






Parâmetros para o fotojornalismo



Além de apresentar 70 imagens inéditas, “Japon fin de siècle” também reproduz o material que havia sido divulgado pela primeira vez na década de 1980, em outro catálogo fotográfico, Mukashi Mukashi, também editado pela Casa Arthaud, que reuniu pela primeira vez as fotografias originais de Felice Beato sobre os Samurais e Gueixas no Japão do século 19. Um outro portfólio, com 60 fotografias selecionadas de Felice Beato no Japão, foi publicado em 1994, na França, pela coleção Photo Poche do Centre National Photographie: “Felice Beato et l'école de Yokohama”.

O catálogo Photo Poche traz, na verdade, uma compilação das fotografias que antes foram reunidas em Mukashi Mukashi e em dois livros dedicadas exclusivamente ao fotógrafo: Once Upon a Time: Visions of Old Japan (Friendly Press, EUA, 1986), Felice Beato: Viaggio in Giapponne (Federico Motta Editore, Itália, 1991). Nos anos seguintes ao lançamento de Mukashi Mukashi, mais fotografias inéditas de Felice Beato surgiram publicadas em outros três livros ilustrados: Of Battle and Beauty: Felice Beato's Photographs of China (California Academy of Sciences, EUA, 2000), Felice Beato en Chine (Somogy, França, 2005) e Felice Beato: A Photographer on the Eastern Road (Chicago University Press, EUA, 2010). Em 2014, outra biografia ilustrada foi publicada na França: Felice Beato: Aux origines de la photographie de guerre (Ed. Cnrs), de Catherine Pinguet, também reunindo fotografias que foram publicadas nas edições anteriores.     

No novo catálogo, “Japon fin de siècle”, que traz fotos inéditas e uma seleção dos trabalhos mais conhecidos de Felice Beato, um dos ensaios biográficos, assinado por Chantal Edel, revela documentos também inéditos localizados em acervos do Japão e da China que esclarecem dúvidas sobre a trajetória do pioneiro da fotografia. Entre as novidades apresentadas, Chantal Edel confirma a existência de um irmão de Felice, Antonio, também fotógrafo, além de relatar detalhes sobre seu processo de trabalho e as importantes parcerias que estabeleceu em suas aventuras pelo Oriente, e na cobertura de guerras, com outros pioneiros da fotografia, entre eles James Robertson e Roger Fenton, e com Charles Wirgman, fundador e editor do “Japan Punch”, considerado o primeiro jornal japonês.









Felice Beato e as tradições do Japão 
na década de 1860: no alto, trabalhadores
na fabricação de lanternas e luminárias.
Acima, um encontro festivo de
Samurais e Gueixas em Tóquio. Abaixo,
homens em cena no teatro Nô e Kabuki;
e uma jovem mãe carregando seu filho,
fotografia reproduzida na capa do livro
publicado pela italiana Rossella Menegazzo

  
 










Segundo Chantal Edel, a sorte e as circunstâncias históricas levaram Felice Beato a ser contratado em diversos períodos para prestar serviços diplomáticos para a Inglaterra, a Grécia e os Estados Unidos em países da Ásia e da África antes de chegar ao Japão, no primeiro período de abertura daquele país a estrangeiros, por volta de 1860, depois de séculos de completo isolamento. No Japão, o fotógrafo encontra dificuldades e problemas como um grande incêndio em 1866 seu estúdio, instalado em Yokohama, mas consegue preservar ainda centenas de fotografias, sendo que a maior parte delas seriam registros sobre os últimos samurais do Xogunato Tokugawa e de antigas tradições que chegavam ao fim.

Com as experiências acumuladas de viajante e de manuseio dos equipamentos em condições adversas, Felice Beato transforma sua surpresa e curiosidade com a tradição cultural japonesa em documentação sem precedentes, através da fotografia, como destaca Chantal Edel na conclusão de seu estudo biográfico publicado em “Japon fin de siècle”. Muito além do exotismo e do espanto que provocaram em seus contemporâneos e conterrâneos europeus, cenários, paisagens e personagens fotografados em expedições pelo pioneiro Felice Beato foram e ainda são de fundamental importância para estudos sobre a etnografia do Japão e demais países do Oriente nas universidades ocidentais – abrindo caminho para novos pesquisadores e estabelecendo parâmetros para os avanços que a fotografia e o fotojornalismo conquistaram nos séculos seguintes.


por José Antônio Orlando.



Como citar:

ORLANDO, José Antônio. Felice Beato e os Samurais. In: Blog Semióticas, 31 de maio de 2015. Disponível no link http://semioticas1.blogspot.com/2015/05/felice-beato-e-os-samurais.html (acessado em .../.../...).









 






Felice Beato na Terra do Sol Nascente: no alto, Tóquio em
1868, quando tornou-se a capital do império do Japão. Acima,
Gueixas em Tóquio. Abaixo, a rua principal de Yokohama,
que o fotógrafo pioneiro adotou como residência entre 1862
e 1885, e um dos últimos samurais do Xogunato Tokugawa,
em fotos reproduzidas de negativos em vidro datados de 1865













5 de janeiro de 2014

Tribos do fim do mundo









O inglês Jimmy Nelson apresentou ao público em livro e em seu site na Internet um acervo fascinante: centenas de fotografias que registram as tribos mais remotas nos cinco continentes do Planeta Terra. São imagens estranhas e belíssimas do projeto “Before They Pass Away” (Antes que desapareçam), iniciado pelo fotógrafo com a meta de visitar tribos e povos isolados nos confins que mantêm suas tradições com pouco ou nenhum contato com a “civilização” do resto do mundo.
Em 2009 eu decidi colocar em prática um antigo sonho de visitar as tribos mais isoladas em todos os continentes para registrar cenas de suas vidas cotidianas, suas tradições milenares, participar de seus rituais e alertar para o perigo de que o mundo 'civilizado' pode levar muito em breve todos estes povos indígenas e suas maravilhosas culturas à extinção”, relata o fotógrafo na apresentação do projeto.

As belas e surpreendentes fotografias da primeira etapa de "Before They Pass Away", registro das 13 excursões de Jimmy Nelson e sua equipe às tribos mais isoladas em 44 países, foram reunidas por ele em um site aberto ao público e em um livro – na verdade um luxuoso catálogo fotográfico de 464 páginas, 500 imagens e textos em inglês, alemão e francês. O livro está à venda exclusivamente na Amazon e no site do fotógrafo (veja links no final deste texto). A próxima etapa do projeto, segundo Jimmy Nelson, é transformar os registros em um documentário para cinema.














                                 




Tribos do fim do mundo segundo
o fotógrafo Jimmy Nelson: no alto,
guerreiro da tribo Masai na Tanzânia.
Acima, o fotógrafo em ação, no
território da tribo Huli, em Papua,
Nova Guiné; dois irmãos da tribo Huli;
a capa do primeiro catálogo e a
rota das expedições iniciadas em 2009
por Jimmy Nelson por 44 países, com os
 pontos de partida para territórios isolados.

Abaixo, os guardiões do povo Ngalop, no
Reino do Butão, sul da Ásia, extremo leste
dos Himalaias; guerreiros da tribo Samburu,
no Quênia, África; e guerreiros da tribo Yali,
na Indonésia, em fotografia de 2010



    


 


                                 
         
 

Histórico de massacres



Meu objetivo, desde o início do projeto, foi criar através das fotografias um documento estético ambicioso que pudesse resistir ao teste do tempo. O resultado é que acabei por reunir um grande acervo de registros insubstituíveis de um mundo que está desaparecendo muito rapidamente”, explica o fotógrafo. Desde o início de 2009, Jimmy Nelson e sua equipe de poucas pessoas passaram períodos de pelo menos duas semanas em cada uma das diferentes tribos fotografadas e o projeto prossegue em novas etapas, sem previsão para ser concluído..

A meta inicial do fotógrafo para esta primeira parte do projeto era registrar 31 tribos, mas no total foram visitadas 29. Duas das tribos, situadas na Amazônia do Brasil, por causa da legislação em vigor não puderam ser visitadas pelo fotógrafo e sua equipe: elas estão localizadas no Vale do Javari, uma extensa região de mata fechada e de difícil acesso onde se concentra o maior número de tribos isoladas do mundo, incluindo um número não identificado de povos que nunca tiveram nenhum contato com não-indígenas. Em cada uma das tribos contactadas nos 44 países, as fotos de Jimmy Nelson revelam belezas e surpresas que incluem os cenários naturais incomuns e as antigas tradições pouco conhecidas – como os elementos culturais de vestimentas, animais exóticos domesticados, alimentação, cerimônias festivas e rituais religiosos. 











Tribos do fim do mundo: no alto,
guerreiros da tribo Vanuatu nas
pequenas ilhas do arquipélo da
Melanésia, no Oceano Pacífico,
seguidos por guerreiros da tribo
Samburu, no Quênia, África, e pela 
tribo Kalam em Papua, Nova Guiné.

Abaixo, guerreiros nômades da tribo
Masai no Parque Nacional de Seringeti,
ao norte da Tanzânia, África, com extensas
planícies que abrigam a maior migração
de mamíferos do planeta Terra; e um
chefe e seus dois filhos do povo Mursi,
nas montanhas isoladas ao sudoeste
da Etiópia, na África










 
O fotógrafo explica que ninguém sabe ao certo quantas tribos isoladas ainda existem atualmente no Planeta Terra. Os informes oficiais indicam que há pelo menos 150 – a maioria delas situada em regiões inacessíveis da Amazônia no Brasil e nas centenas de ilhas pouco conhecidas dos oceanos Índico e Pacífico, especialmente na região de Nova Guiné. Também há registros de tribos isoladas no Peru e em todos os países da área da floresta amazônica, assim como nas regiões de montanhas mais distantes de áreas urbanas da Índia, da Malásia e da África Central.
No Brasil, os levantamentos oficiais da Funai (Fundação Nacional do Índio) identificaram nos últimos anos pelo menos 114 povos indígenas isolados nas regiões Norte e Centro-Oeste, sendo que apenas 28 foram contactados e identificados. Entre os restantes, está uma maioria de povos não-contactados, realmente desconhecidos de qualquer estudo ou de missões de reconhecimento de território, e também os “isolados voluntariamente”, aqueles que resistem a qualquer aproximação devido a contatos violentos no passado que resultaram em massacres de tribos inteiras. Pouco se sabe sobre estes grupos isolados: não é possível estimar os números da população de cada tribo nem a qual grupo linguístico pertencem, e sua existência tem apenas registros de objetos encontrados ou de raros avistamentos.

 







 
           




Registros de Jimmy Nelson sobre
as tribos do fim do mundo: no alto,
mulheres Maori, tribo que há muitos
séculos habita a Nova Zelândia.
Acima, os Dropka, tribo da Índia,
e a tribo Bana, na Etiópia. Abaixo,
tribo Iatmul em Papua, Nova Guiné;
tribo Nduga, das ilhas na Indonésia;
e os guerreiros Samburu no Quênia









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O perigo mortal do contato


Mas nem só de elogios foi a recepção do projeto de Jimmy Nelson. Entidades como a Survival Internacional, que tem sede em Londres e atua na defesa dos direitos das populações indígenas, alertam que os contatos com as tribos isoladas sempre representam um perigo mortal, pela violência do próprio contato ou por consequências imprevisíveis como a propagação de doenças “civilizadas”: um simples vírus que provoca uma gripe sem gravidade pode dizimar tribos inteiras em poucos dias.  
Há também quem acuse Jimmy Nelson de buscar promoção pessoal repetindo o trabalho já realizado por outros fotógrafos, como o brasileiro Sebastião Salgado. As críticas partem de um argumento que pode ser facilmente constatado, porque os mesmos povos e as mesmas regiões isoladas do planeta que Sebastião Salgado vem fotografando há mais de uma década para o projeto Gênesis, em impecável preto-e-branco, agora surgem fotografados em cores vibrantes no projeto de Jimmy Nelson.
 




                                  



                                  





O fotógrafo Jimmy Nelson em 2010,
fotografado no Tibete; em 2009, com
crianças da tribo Goroka, na Indonésia;
e em 2012, em uma das tribos no Sudão

Abaixo: 1) e 2) nativos das Ilhas Marquesas,
um dos cinco arquipélagos da Polinésia
Francesa, em áreas remotas do Oceano
Pacífico; 3) nativos do arquipélago de
Vanuatu
, na Melanésia, região do Oceano
Pacífico situada ao nordeste da Austrália;
4) o fotógrafo em ação, na África,
acompanhando mulheres da tribo
Himba no deserto da Namíbia;
5) e 6) meninos brincando e um
casal da tribo Karo, habitantes do
vale arqueológico do Omo, na Etiópia;
7) a família de esquimós da tribo
Nenets, povo nômade das regiões
remotas da Sibéria, ao norte da Rússia




    















Alheio a todas as críticas e às polêmicas, Jimmy Nelson anuncia em seu site que o projeto "Before They Pass Away" vai continuar e que já estão sendo planejadas novas expedições às regiões mais inóspitas da Terra. Um detalhe interessante é o equipamento usado por Jimmy Nelson: uma antiga câmera 4 X 5 e negativos de grande formato que estão há décadas fora do mercado e que a maioria dos profissionais considera obsoletos.  
“O ser humano é muito parecido em qualquer lugar, nas cidades, nas montanhas, nos campos de gelo, na selva, ao longo dos rios e nos vales silenciosos que se perdem de vista no horizonte”, explica o fotógrafo, relatando que em muitos casos ele sabia que estava diante dos últimos membros de cada tribo. “Meu trabalho pode contribuir para que o mundo nunca esqueça no futuro a forma como as coisas eram”, conclui.


por José Antônio Orlando.


Como citar:

ORLANDO, José Antônio. Tribos do fim do mundo. In: Blog Semióticas, 15 de janeiro de 2014. Disponível no link http://semioticas1.blogspot.com/2014/01/tribos-do-fim-do-mundo.html (acessado em .../.../...).



Para visitar o site oficial do fotógrafo  Jimmy Nelson,  clique aqui.


Para comprar o catálogo fotográfico  Before They Pass Away,  clique aqui.





















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