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5 de setembro de 2011

Elogio do vampiro






A partir de agora pode ser interessante ver
o quanto você adivinhou. Nós aprendemos
sempre com o fracasso, não com o sucesso.

–– Bram Stoker, “Drácula” (1897).    


Alguns séculos antes de tomar de assalto a internet, o cinema, a TV e as livrarias, o vampiro sempre foi uma figura misteriosa e sedutora de destaque na literatura universal. O nome tem origem na palavra sérvia “vampir” (“morto-vivo”), mas na sabedoria popular “vampiro” também pode ser o invejoso que sofre de ganância excessiva ou mesmo aquele que enriquece às custas do trabalho alheio. No mundo animal, “vampiros” são morcegos raros, hematófagos (se alimentam de sangue), que podem transmitir para humanos e animais domésticos o vírus da raiva e outras doenças. Segundo o folclore do Leste Europeu, o vampiro é um monstro com poderes sobrenaturais que sai à noite da tumba, com aparência de sedução, para sugar o sangue dos vivos.

As lendas sobre o vampiro foram muito difundidas na Europa desde a Idade Média, gerando uma dúzia de clássicos da literatura antes de chegar ao cinema, no começo do século 20, para inspirar obras-primas e sucessos de bilheteria como "Nosferatu" (1922), do alemão F. W. Murnau, com Max Schreck como protagonista, primeira adaptação do romance de Bram Stoker "Drácula" (1897), que teria diversas versões no decorrer do último século.

Entre todas as artes e mídias, o cinema foi o terreno fértil que transformou o vampiro no monstro mais popular do século 20, em aparições que incluem centenas de títulos, entre eles os pioneiros do cinema mudo, os célebres filmes de 1931 de Tod Browning, com Bela Lugosi, e de 1958, de Terence Fisher, com Christopher Lee, além da aclamada versão de Francis Ford Coppola, de 1992, com Gary Oldman. A lista de filmes com versões para a mesma lenda e o mesmo personagem é quase infinita, com variantes que incluem, na variedade, a mistura de horror e comédia de "A Dança dos Vampiros" (1967), de Roman Polanski; "Nosferatu no Brasil" (1971), paródia de Ivan Cardoso, com o poeta Torquato Neto no papel do vampiro, que inaugura o besteirol nacional; e a saga adolescente dos livros de Sthephenie Meyer, “Crepúsculo”, todos levados ao cinema, entre muitas outras mutações.








Vampiros no cinema: cena do clássico do
expressionismo alemão Nosferatu (1922),
de F. W. Murnau, com Max Schreck. Acima,
Klaus Kinski na refilmagem de Nosferatu,
que Werner Herzog realizou em 1979. No
alto, Winona Ryder e Gary Oldman em
Drácula de Bram Stoker (1992), com
roteiro e direção de Francis Ford Coppola. 

Abaixo, poster original de Nosferatu;
a aparição assustadora de Max Schreck
no filme de Murnau; e a personificação
clássica do vampiro pelo ator húngaro
chamado Bela Ferenc Dezsõ Blaskó, que
ficou conhecido em Hollywood com o
nome que tinha adotado nos palcos da
Broadway: Bela Lugosi (1882-1956)












O vampiro na literatura


Na literatura, o vampiro consagrou-se ao passar pelas mãos de grandes escritores como Dom Calmet, Goethe, Coleridge, Lord Byron, Hoffmann, Gógol, Baudelaire e Bram Stoker, entre vários outros mestres – como registra com rigor de pesquisa científica uma coletânea inédita e incomum, “Caninos – Antologia do Vampiro Literário”, publicada no Brasil por Berlendis & Vertecchia Editores.

“A vontade de fazer esse livro dedicado à trajetória do vampiro na literatura veio de uma experiência de uns anos atrás, quando editei uma seleção de contos assustadores do jovem Flaubert”, explica em entrevista por telefone o editor e organizador da antologia, o paulista Bruno Berlendis de Carvalho. “Gostei de pesquisar e escolher um ‘lado B’ dos clássicos, procurar neles o elemento thriller. A escolha pelos vampiros deu-se pela própria riqueza da literatura do século 19 a tratar destes seres lendários”.










A referência mais antiga sobre o vampiro na literatura? “Essa pergunta é uma armadilha clássica”, destaca Berlendis. “Tudo depende do que você chama de vampiro. Tem de chupar sangue para sê-lo? E se seca sua vítima por mau-olhado?”, ironiza o editor, enquanto aponta alguns extremos da variedade que cerca as versões milenares sobre os monstros que podem ser nomeados como vampiro, assunto que é o tema central do ensaio de sua autoria com o título “(In)definições do Vampiro”, editado como posfácio no livro “Caninos". 



Manuscritos medievais



De acordo com Bruno Berlendis, a mais antiga ocorrência documental de um vocábulo associado a vampiros que conhecemos vem de manuscritos russos da Idade Média, do século 11, que mencionam um certo Upir – no caso, um nome próprio. “Mas daí a dizer que o tal desconhecido sujeito fosse um vampiro... Ora!", ironiza o editor. "Porque quando dizemos ‘vampiro’ já enxergamos automaticamente uma figura toda pronta, como o Pierrô, por exemplo, não é mesmo?”, completa.






O vampiro chegou ao cinema antes da fundação
de Hollywood: acima, cena de The Vampire 
Coast, filme produzido nos EUA, em 1909. 

Abaixo, Christopher Lee em uma cena de
Vampiro da Noite ("Horror of Dracula",
Inglaterra, 1958), adaptação do romance de
Bram Stoker com roteiro de Jimmy Sangster
e direção de Terence Fisher, filme que 
inaugurou uma série de produções de
sucesso popular com tema de horror pelos
estúdios ingleses da Hammer Films.

Também abaixo, Annete Vadim em cena
de Rosas de Sangue ("Et Mourir de Plaisir"),
filme de 1960 de Roger Vadim, adaptação de
Carmilla, livro de Sheridan Le Fanu (1814-1873)
que exerceu grande influência sobre Bram Stoker



            
 
              
                  





  
Da extensa safra de vampiros e suas variantes registrados na antologia, Bruno Berlendis diz que não tem nenhum que seja seu preferido. Sobre a saga “Crepúsculo”, ele confessa que não leu os livros. “Não comento porque não li os livros e nem vi os filmes com atenção. Mas é bom lembrar que vampiro-mocinho não é novidade na literatura. Ele existe há mais de 150 anos”, alerta.

As traduções reunidas na edição de Berlendis seguem a linha de qualidade dos textos escolhidos e foram encomendadas para profissionais de reconhecida excelência, entre eles os poetas Ferreira Gullar e Ivo Barroso, além de Leonardo Fróes, Erick Ramalho (Prêmio Fundação Biblioteca Nacional – Melhor tradução de Poesia de 2009) e vários outros. Todas as traduções são inéditas e vertidas diretamente dos idiomas originais.








Cada texto selecionado, explica Berlendis, conta no livro com uma apresentação simples e objetiva que remete à biografia de seu autor e o insere em seu contexto de origem. O volume traz ainda uma introdução histórica, mapas com a localização das regiões citadas e ensaio analítico que explora em profundidade as principais questões envolvidas nesse tipo de literatura, assim como suas possíveis origens folclóricas. Encerra a edição bibliografia atualizada e um precioso índice temático remissivo. 



A trajetória do vampiro



Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista que fiz por telefone com Bruno Berlendis para o jornal "Hoje em Dia" de Belo Horizonte. O autor, tradutor e editor, com muita ironia e argumentos de especialista, destaca certos aspectos sobre a trajetória dos vampiros em geral na cultura e na literatura dos últimos séculos e sobre a antologia "Caninos" em particular.



Pergunta - "Caninos" é sua primeira antologia? Tem outros livros publicados?

Bruno Berlendis – Antologia mesmo, como panorama de textos de diferentes autores, idiomas e períodos, organizados tematicamente, sim, é a primeira. Publiquei seleções, como a de Fábulas e Alegorias de Leonardo da Vinci, ou adaptações, como a de contos do Mowgli, do Rudyard Kipling. Ali também escolhi e juntei coisas diferentes sob um conjunto de critérios. Mas esse é um trabalho diferente, porque na seleção muitas vezes os textos são de um único autor. Além disso, publiquei diversos livros na condição de tradutor ou editor.







O Vampiro (Alemanha, 1932), com roteiro e
direção de Carl Theodor Dreyer, tem presença
entre os melhores filmes de todos os tempos.
Abaixo, Peter Lorre em cena de outro clássico,
M - O Vampiro de Düsseldorf, filme de 1931
de Fritz Lang, com roteiro de Lang e de sua
esposa Thea von Harbou, baseado na história
real de um assassino em série.

Também abaixo, Nosferatu no Brasil,
filme de 1971 que faz uma paródia com
roteiro, fotografia e direção de Ivan Cardoso,
que tem no elenco Scarlet Moon e Helena Lustosa,
com o poeta Torquato Neto como protagonista








De onde surgiu seu interesse pela trajetória deste personagem?

Meu interesse pelos vampiros vem de longa data. Mas a vontade de fazer esse livro veio de uma experiência de uns anos atrás, quando editei uma seleção de contos "assustadores" do jovem Gustave Flaubert. Ele era um adolescente de 15, 16 anos – e já era o Flaubert! Gostei de pesquisar e escolher um "lado B" dos clássicos, procurar neles o elemento thriller. Daí aos vampiros? Bem, quem tiver lido os textos compreenderá minha resposta. A razão foi a própria riqueza da literatura do séc. 19 a tratar de vampiros. Desse universo, o livro traz só um retrato que, mesmo sendo focado com rigor, é bastante parcial. Se não tivesse sido minimamente racional, eu teria compilado mais outro tanto na antologia (quem sabe um segundo volume, daqui a alguns anos?)

Qual é a referência mais antiga sobre o vampiro na literatura?

Essa pergunta é uma armadilha clássica. Boa parte da crítica especializada se complica ao tentar respondê-la. Tudo depende do que você chama de vampiro. Tem de chupar sangue para sê-lo? e se só come cadáveres? e se seca sua vítima por mau-olhado? Vou assumir que a referência tenha de ser explícita: um vocábulo ou um texto de origem comprovadas. Se for assim, e se eu chamar de "literatura" os textos disponíveis da história de nossa civilização, há um documento russo do século 11 mencionando um Upir – no caso, um nome próprio. Mas daí a dizer que o tal desconhecido sujeito fosse considerado um vampiro pelos seus contemporâneos... ora! 












Mas a maioria de nós, quando dizemos "vampiro", já enxergamos automaticamente um símbolo muito forte, uma figura toda pronta...

Você tem toda razão. É como o Pierrô, por exemplo. Afirmar que existiu "uma crença medieval nos vampiros" é confundir alhos com bugalhos. Defendo que o vampiro é um fenômeno estético histórico. Antes do século 17, ou até do 18, o vampiro não se diferenciava direito da bruxa, do lobisomem, do morto-vivo ou do espectro de fantasmas para nenhuma população europeia. Sabemos de um sanguessuga que ressuscita e volta à sua mulher na crônica (ou seja, na História) inglesa do século 13. O distinto senhor é um vampiro? Não podemos afirmá-lo. Posso estar enganado – concluí esse livro, não minha pesquisa – mas contabilizo entre as primeiras referências explícitas e textuais as dos relatos de viagem do século 17.

Mas aí já estamos na fronteira entre a literatura e outros discursos que não têm por base a ficção...

Bem lembrado. Se "literatura" significa criação literária e exclui o texto não ficcional, então uma das primeiras menções é a do alemão Ossenfelder, no poema "Crê a moça minha amada", de 1748 . O poema foi publicado numa revista científica e "ilustrava" um dossiê sobre vampiros (e naturalmente está na nossa antologia, numa belíssima tradução).
























Horror e comédia com doses de erotismo:
A Dança dos Vampiros (1967, ING/EUA),
escrito e dirigido por Roman Polanski e
tendo como estrela sua bela esposa,
Sharon Tate (1943-1969). Acima, os
recém-casados Polanski e Sharon Tate
fotografados na praia por Jack Garofalo,
durante o Festival de Cannes de 1968, o
beijo do casal em cena e a atriz em
"A Dança dos Vampiros". Sharon Tate,
grávida e no auge do sucesso
no cinema e na TV, foi assassinada
em agosto de 1968.

Abaixo, a estrela  Marilyn Monroe (1926-1962)
caracterizada como a musa do cinema mudo
Theda Bara, "the first vamp", em fotos de 1958
de Richard Avedon para a revista "Life"



 






Da extensa safra de vampiros e suas variantes, qual é seu preferido e por quê?

Olha, você me fez lembrar de uma pergunta frequente da minha filha de nove anos: qual sua música (sua banda, etc.) preferida? Não tenho, são incontáveis. Se respondo: bem, sei lá, são umas mil, ela me dá bronca. Se eu começar a explicar por que, então! ela sai do recinto.

E as traduções para o português? Alguma merece mais destaque?

As traduções são o segundo pilar do livro. Foi um trabalho delicioso, mesmo se estafante, pensá-las, convidar essas figuras maravilhosas para que dessem as suas contribuições inéditas e publicá-las amarradas desse jeito. Sou um cara exigente e incansável (o chefe dos sonhos). Agradeço imenso aos tantos colaboradores, os palpiteiros e todos mais. Quanto ao resultado, não cabe a mim dar o destaque, nossa parte está feita. Ele será dado por cada leitor, talvez cada um ao seu modo, se é que fomos bem-sucedidos. 




 









No alto, O Planeta dos Vampiros (1965, ITA/EUA), 
sucesso internacional que teve como protagonista a
brasileira Norma Bengell, com roteiro e direção do
italiano Mario Bava. Acima, um trio de peso em toda
a filmografia do vampiro no século20: os astros que 
marcaram época em Hollywood, Chistopher Lee, 
Peter Cushing Vincent Price.

Abaixo, um encontro raro e também macabro:
o brasileiro José Mojica Marins, mais conhecido
pelo nome de seu personagem  Zé do Caixão (no
mercado internacional, Coffin Joe) com o ator inglês
Christopher Lee, um dos Dráculas mais famosos do
cinema. O encontro foi em Paris, em 1974, durante a
3ª Convenção Internacional do Cinema Fantástico.
Também abaixo, os vampiros galãs Tom Cruise e Brad Pitt
em "Entrevista com o Vampiro", filme de 1994 adaptado
da saga do vampiro Lestat, dos livros de Anne Rice 





 



Seu estudo sobre os vampiros vai além do lugar-comum. Posso dizer que foi um trabalho de investigação, quase de detetive?

Isso mesmo. Muito bom ouvir isso. Por outro lado, se a tua pergunta era se "gosta mais de alguma"... Bem, adorei trabalhar nas minhas próprias traduções. Quando a gente traduz, cria uma história com o texto, algo que continua com você, meio sonho ou distração. O conto do desconhecido Raupach ainda teve os seus momentos Sherlock. Até onde pude descobrir, só tinha sido publicado uma vez pra valer, numa revista alemã de 1823. Logo surgiu uma tradução inglesa, mas que não joga limpo, pois censura algumas passagens mais picantes do conto, além de atribuí-lo a outro autor mais famoso. Nossa publicação se deve a Márcio Suzuki e Michele Gialdroni, que levantaram um raro exemplar da revista original numa biblioteca da Universidade de Tübingen, na Alemanha.

Que acha dos vampiros da saga “Crepúsculo”?

Não li os livros da série, apenas uns pedaços de um e outro, nem vi os filmes com atenção, então não tenho como emitir uma opinião. Pelo que pude ver até o momento (pretendo lê-los direito), não se diferenciam essencialmente dos vampiros contemporâneos ou do século passado. Repetem com engenhosidade os estereótipos herdados de séculos atrás. Isso não é mera depreciação.







Elogio do Vampiro: acima, capa da edição original
de Eu Sou a Lenda, romance que une vampiros e
ficção científica, adaptado com sucesso para revistas em
quadrinhos e para o cinema, em 2007, com Will Smith
como protagonista. Abaixo, o húngaro Bela Lugosi
na época em que migrou dos palcos da Broadway
para o cinema de Hollywood, na década de 1930,
fora do personagem Drácula e depois caracterizado









Mas quando penso no signo “vampiro”, penso que sua trajetória é também a história de seus estereótipos...

Muito bom falar com outro especialista. Você sabe o que diz. Os vampiros foram moldados na Europa entre os séculos 18 e 19, por isso escolhi esse período e esses idiomas para compor a antologia. Na Era Drácula – ou desde 1900, um pouco antes – os vampiros tomaram um dos dois seguintes rumos. Ou bem são leituras daquele repertório coletivo de lugares-comuns, com a lua cheia, o sangue, o vinho, o amor proibido, assim por diante; ou, por outro lado, são apenas sugeridos em figuras mais difusas que possuem um vampirismo figurado, menos evidente.







Vampiro-mocinho também não é novidade...

Não é. Existe há mais de 150 anos. Mas há mais coisa em jogo. A partir de 1900-1930 o território por excelência do vampiro não é mais a literatura, seja ela erudita ou popular. Esse território será o do cinema e das mídias que derivaram dele. É verdade que o teatro continuou a ter um papel importante até as décadas de 1930 e 1940. Contudo, depois que Bela Lugosi (FOTO ACIMA) migrou dos palcos da Broadway para o celulóide em Hollywood, o centro gravitacional desse personagem mudou definitivamente de lugar. As personagens vampirescas dos filmes de Ingmar Bergman, por exemplo, são historicamente mais relevantes que a maioria dos romances contemporâneos de vampiros.

Qual é seu próximo projeto como escritor?

Não sou escritor, mas um fazedor de livros. Gosto mais de levar uma história de um lugar pro outro do que de fazer a minha, pelo menos por enquanto. Também quando era músico era assim: praticamente nunca compus, mas adorava fazer arranjos, que são também uma espécie de tradução. Não sei qual será meu próximo projeto autoral. Mas tenho tentado traduzir umas coisas medievais, é possível que saia algo daí.


por José Antônio Orlando.


Como citar:

ORLANDO, José Antônio. Elogio do vampiro. In: Blog Semióticas, 5 de setembro de 2011. Disponível no link http://semioticas1.blogspot.com/2011/09/elogio-do-vampiro.html (acessado em … /… /...). 










Acima, o videoclipe original de
Bela Lugosi's Dead, canção da trilha
sonora da banda Bauhaus e de David Bowie
para The Hunger (1983), no Brasil batizado
de Fome de Viver – filme de Tony Scott
(irmão de Ridley Scott, de Blade Runner),
com Catherine Deneuve, Susan Sarandon
e David Bowie. Abaixo, o cartaz do filme e
duas ilustrações do chileno Ricardo Martinez
para a edição de Drácula, de Bram Stoker,
em espanhol, lançada em 1980 pelo "El País"

 

 
 
 
 







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