14 de novembro de 2014

Segredos de Mafalda






Nós podemos realizar coisas agradáveis, 
inteligentes, que façam refletir os adultos 
e também as crianças. É preciso respeitar 
as crianças. Os adultos falam com elas 
como se fossem todas retardadas... 

––  Quino, criador de Mafalda.    
 

Mafalda, muito esperta e questionadora, conquista a maioria à primeira vista: tem paixão pela primavera e pelos Beatles e horror a sopa, a moscas e a guerras. Com seu humor pitoresco e observações tão breves quanto surpreendentes sobre o mundo, as pessoas, as coisas do dia a dia, as notícias delirantes da imprensa e da TV, que permanecem atualíssimas, Mafalda surgiu para o grande público em 1964, mas permanece muito popular e fazendo as perguntas que os adultos não se atrevem a fazer em voz alta. O sucesso de Mafalda começou em sua terra natal, a Argentina, mas rapidamente ultrapassou as fronteiras e conquistou fãs e leitores de vários países.

Em mais de meio século de vida, Mafalda foi traduzida em várias línguas e publicada oficialmente em mais de 30 países – com um detalhe bastante revelador no fato de ainda permanecer inédita nos Estados Unidos. No Brasil, faz sucesso desde os anos 1970 e tem tanto prestígio que disputa, há mais de uma década, com ninguém menos que Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade, o título de recordista em citações nas questões apresentadas pelo ENEM, o Exame Nacional do Ensino Médio.

Na trajetória de Mafalda há, também, as lendas, as crises, as idas e vindas, os altos e baixos. Para começar, teve duas datas de nascimento: a princípio, ela foi criada em 1962, para compor um anúncio publicitário de eletrodomésticos, e seu nome tem a ver com as iniciais da marca do produto, com as tirinhas sendo publicadas a partir de 1964, mas até sobre a data verdadeira de seu aniversário pairam certas controvérsias que permanecem sem solução. 














Segredos de Mafalda: no alto,
Mafalda e Quino em fotografia de
setembro de 2014, em Buenos Aires,
fotografados por Natacha Pisarenko
na abertura da exposição El Mundo
Según Mafalda, em comemoração
aos 50 anos da personagem. Acima,
Quino em sessão de autógrafos em
Paris, 2004, e Mafalda com a família
e os amigos: a partir da esquerda,
Felipe, Manolito, Susanita, Liberdade,
Mamãe (Raquel), Papai (Pelicarpo),
Guilherme (seu irmão caçula, também
chamado de Guille ou Gui) e Miguelito.

Abaixo, dois dos primeiros cartuns da
Mafalda, no traço original, e amostras da
arte de Quino, muito além da Mafalda, sem
nenhuma palavra no álbum de 1980
com o título Qui est le Chef?





























O criador da Mafalda, o argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como Quino, desenhou, em 15 de março de 1962, as primeiras charges e algumas tiras de histórias em quadrinhos sobre Mafalda para uma agência publicitária. A personagem deveria ser publicada em anúncios da empresa de eletrodomésticos Mansfield no jornal Clarín. Mas, por ironia do destino, a empresa acabou recusando os desenhos, o Clarín rompeu o contrato e Quino, contrariado, decidiu arquivar suas tiras.



Mafalda pelo mundo inteiro



Em 1964, a ideia das tiras e charges da "enfant terrible" é retomada por Quino, que consegue finalmente publicar sua criação em uma revista semanal da Argentina, a Primera Plana. A primeira vez da Mafalda impressa aconteceu em 29 de setembro daquele ano. A popularidade da personagem, no entanto, só passaria a crescer no ano seguinte, quando os desenhos chegaram às páginas do jornal diário El Mundo, na época um dos mais lidos do país. De novo, vem a ironia do destino nos caminhos de Mafalda: apesar do sucesso das tirinhas da personagem criada por Quino, o jornal foi à falência em dezembro de 1967. 










Segredos de Mafalda: acima,
a trajetória de evolução dos traços da
personagem desde 1964 e Mafalda e
Quino em maio de 2014, fotografados
para a agência EFE. Abaixo, o retrato de
Mafalda em tempos de autoritarismo
e ditadura militar em sua terra natal,
Argentina, com os cidadãos proibidos
em sua liberdade de falar, de ouvir,
de ver, e Mafalda no Brasil, nas capas
da revista Patota, publicada na década
de 1970 pela Editora Artenova, e nas
primeiras versões em livro, em 1982,
publicadas pela Global Editora





.



Mafalda retornaria firme e forte seis meses depois, em outro jornal, o Siete Días Illustrados. Com o crescente sucesso de público da pequena Mafalda em seu país de origem, as tirinhas não demoraram a ser reunidas em livros. O primeiro deles, editado por Quino, teve uma marca impressionante: toda a tiragem de 5 mil exemplares foi vendida em Buenos Aires em apenas dois dias. Com o sucesso, a tirinha e os livros com coleções de tirinhas logo cruzaram as fronteiras da Argentina e passaram a ser conhecidos em outros países da América Latina e também na Europa, onde Mafalda teve popularidade imediata na Itália, França, Espanha, Grécia, Portugal e outros países com culturas distintas, como China e Coreia.

Na Europa, Mafalda desde o início foi publicada com a tarja indicando que se tratava de “história em quadrinhos para adultos” – e não demorou a conquistar a simpatia dos intelectuais ligados aos movimentos sociais e aos partidos de Esquerda. Um dos primeiros a saudar a personagem como heroína rebelde foi o italiano Umberto Eco, mestre da Semiótica, que dedicou à criação de Quino um célebre ensaio, publicado pela primeira vez em 1969, em que destacava: “Mafalda leu, provavelmente, o Che Guevara...”







Mafalda em terras brasileiras



No Brasil, Mafalda apareceu primeiro sem periodicidade, como presença ocasional em charges reproduzidas no final da década de 1960 nas páginas do lendário Pasquim. Em 1972, também no Pasquim, foi saudada por Ziraldo: “Mafalda é uma personagem criada na América Latina que logrou obter uma fama universal; acho incrível que uma menina da classe média da Argentina tenha podido ter sucesso na Finlândia”.

A estreia oficial, sob contrato, aconteceria por aqui somente em 1972, nas páginas de uma revista infantil chamada Patota, publicada pela Editora Artenova em 27 edições mensais, entre 1972 e 1975, em coletâneas que incluíam outros personagens de autores na maioria norte-americanos, entre eles o guerreiro viking trapalhão Hagar, o Horrível (criado por Dik Browne), a dupla Frank e Ernest (de Bob Thaves), Snoopy e a turma do Charlie Brown (de Charles Schulz), além da presença ocasional de personagens brasileiros como o psiquiatra Doutor Fraud, criado por Renato Canini. Nos anos seguintes, Mafalda apareceria ocasionalmente em outros jornais e revistas brasileiros, por conta da comercialização de séries limitadas de charges e tirinhas, também por intermédio da Editora Artenova.




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Em 1982, a presença de Mafalda no Brasil ganharia um capítulo importante: com os direitos de publicação transferidos da Artenova para a Global Editora, os cartuns originais de Quino passaram a contar com uma parceria especialíssima na tradução e adaptação por um dos grandes nomes do humor e do cartum brasileiro, Henrique de Souza Filho, o Henfil (1944-1988), célebre por seu trabalho de resistência à ditadura militar e de apoio aos movimentos sociais com a Graúna, os Fradinhos, a Mãe e outras criações geniais que marcaram época.

A aventura de Mafalda em tradução de Mouzar Benedito e edição final de Henfil foi publicada em cinco livretos pela Global Editora, em preto e branco, exceto na capa, com formato de brochura horizontal em dimensões de em 14cm por 21cm. Os livretos, que alcançaram uma surpreendente vendagem de 30 mil exemplares na primeira edição, tiveram cinco números consecutivos, de fevereiro a julho de 1982, com 76 páginas e duas tirinhas por página. Em 1988, a trajetória de Mafalda em terras brasileiras passaria por outra transferência de editora e de tradução, desta vez com versões para o português por Monica Stahel para a Martins Fontes. A nova editora reeditou, em formato de livretos, todos os cartuns, até 1991, quando toda a saga da personagem lendária de Quino foi finalmente reunida no livro de capa dura “Toda Mafalda”.









Segredos de Mafalda: acima,
Quino em Buenos Aires, em

visita à exposição El Mundo Según
Mafalda, e na prancheta de trabalho,
em autorretrato dos anos 1970.

Abaixo, 
uma seleção das tirinhas
da Mafalda
em versão nacional,
em tradução e adaptação de
Mouzar Benedito e de Henfil; e uma
sequência de Quino em Buenos 
Aires,
fotografado por
Dario Lopez-Mills em 2014
na praça batizada em homenagem a Mafalda,
na abertura da exposição que celebrava
os 50 anos de criação da personagem,
nomeada El Mundo Según Mafalda 





                 

  
 
As versões de Quino



Mafalda também foi uma pioneira na abordagem de temas que não estavam em histórias em quadrinhos, tais como a repressão policial, as revoltas estudantis e as ditaduras que se multiplicavam na América Latina a partir da década de 1960. Também foi pioneira na temática do pacifismo, das questões de gênero, do feminismo e da novidade da ecologia. As grandes questões que a pequena Mafalda apresenta permanecem como perguntas sem resposta nos dias de hoje, assim como deixavam sem resposta sua mãe, Raquel, e seu pai, cujo nome nunca foi dito em nenhuma tirinha.

E há também a turma da Mafalda, com seus amigos que aparecem na sala de aula ou em sua vizinhança, estabelecendo um contraponto de diversidade que ressalta a singularidade e os questionamentos da protagonista. Na turma, os mais presentes são Suzanita, que sonha em ser mãe e esposa e nada mais, desdenhando qualquer avanço social ou os sonhos de liberdade desenhados pelas ousadias de Mafalda; Felipe, o sonhador que não consegue entender a realidade que Mafalda apresenta; Manolito, que tem a índole descontrolada de tubarão capitalista que quer devorar tudo; e Miguelito, que representa a ingenuidade mais infantil. Os caçulas são Liberdade, que sempre desafia os limites das autoridades, e Guille, o irmão mais novo de Mafalda, que surge como um bebê e depois vai crescendo no desenvolvimento das tirinhas, imitando alguns questionamentos da irmã e confessando sua paixão por Brigitte Bardot.

Mesmo com todo sucesso na Argentina e em outros países, Quino, o criador, decidiu acabar com a publicação das histórias da Mafalda em 1973, depois de publicar mais de 2 mil tirinhas e cartuns de apenas um quadro. Desde então, Quino ainda voltaria a desenhar Mafalda algumas poucas vezes, principalmente para promover campanhas sobre os Direitos Humanos – como aconteceu em 1976, quando Quino aceitou o convite para fazer um pôster para a UNICEF ilustrando a Declaração Universal dos Direitos da Criança.

Filho de imigrantes espanhóis, Quino nasceu em Mendoza, Argentina, em 1932, e mantém uma rotina discreta em Madri, Espanha, onde mora há duas décadas. Sempre avesso à curiosidade dos fãs de Mafalda e aos convites para participar de programas de TV, Quino abriu uma exceção no começo deste ano, quando foi anunciado vencedor do prestigiado Prêmio Príncipe das Astúrias, na Espanha, e concedeu uma longa entrevista à agência de notícias EFE.
















Na entrevista, Quino afirmou que permanece marxista e pessimista em relação à política, lembrou as situações que levaram à criação e ao sucesso de Mafalda, reconheceu que, para ele, a célebre e insolente garotinha é um "mais um desenho" e se autodefiniu como um carpinteiro que projetou um "móvel lindo".

"Eu sou como um carpinteiro que fabrica um móvel, e Mafalda é um móvel que fez sucesso, lindo, mas para mim continua sendo um móvel, e faço isto por amor à madeira em que trabalho", minimizou Quino, explicando que há décadas sofre de um problema de visão que o faz viver em um "mundo um pouco desfocado". Para surpresa do entrevistador, Quino também declarou que Mafalda não foi sua "melhor aliada" para dizer "o que queria e quando queria".















O futuro de Mafalda



"Meu melhor aliado fui eu mesmo, porque deixei de dizer muitas coisas que gostaria e não se podia dizer. Desde que cheguei a Buenos Aires com minha pastinha (em 1954), me disseram que não podia fazer desenhos sobre militares, sobre a igreja, o divórcio, a moral. Então me acostumei a desenhar as coisas que me permitiam", lembrou. Quino também reconheceu que a primeira encomenda para criar Mafalda pedia algo no estilo de Charlie Brown e a turma de Peanuts, a mais famosa criação de Charles Schulz (1922–2000).

"Copiei as cenas de minha rotina e de minha casa, e as pessoas gostaram, porque poucos desenhistas faziam isso. Charlie Brown me agrada muito, mas me parece um horror que não haja adultos. Em meu trabalho, apelava para as notícias do dia a dia, e escrevia sobre o que saía nos jornais. O mundo era assim. Eu não decidi e disse 'vou a fazer uma menina contestadora'. Não. Simplesmente saiu assim".





















Quino também declarou na entrevista à agência EFE que está consciente sobre o sucesso de Mafalda, que continua sendo uma personagem muito popular e muito querida no mundo todo, por leitores de todas as idades. Contudo, na conclusão da entrevista ele faz questão de dizer que não tem nenhuma ilusão sobre o que poderá acontecer com Mafalda no futuro.

"Não acredito que Mafalda ultrapasse as fronteiras da História e se transforme em algo parecido com a música de Mozart”, destacou Quino. “Haverá no futuro outras temáticas muito mais importantes do que as coisas que Mafalda disse há tanto tempo. Além disso, aparecerão muitos outros suportes de mídia que ainda não se conhece, outras muitas personagens, talvez mais interessantes. Hoje, olhando para o passado, penso que ou o mundo não evoluiu ou então a Mafalda é que sempre foi muito evoluída".


por José Antônio Orlando.



Como citar:

ORLANDO, José Antônio. Segredos de Mafalda. In: Blog Semióticas, 14 de novembro de 2014. Disponível no link http://semioticas1.blogspot.com/2014/11/segredos-de-mafalda_14.html (acessado em .../.../…).










Para visitar o site oficial de Quino e Mafalda, clique aqui.









17 comentários:

  1. Quinotável. Sempre me referi ao Quino assim - Quinotável!...
    Toda vez que mergulho numa das tiras da sua Mafalda saio enriquecido.E depois desses mergulhos quantas e quantas vezes me pego dizendo a mim mesmo: Paulo, Paulo, não se inclua fora desta!...
    Um Mestre, um grande Mestre!...

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  2. Parabéns, José Antonio Orlando. Você e seu sensacional blog Semióticas fizeram a melhor homenagem que já encontrei sobre a incrível Mafalda e o incrível Quino, seu gênio criador. Nas últimas semanas vi muitas matérias sobre os 50 anos da pequena notável Mafaldinha, mas nenhuma delas chega nem perto desta beleza de reportagem que você apresenta aqui. Cheguei agora e já virei grande fã de carteirinha deste Semióticas. Valeu!

    Edson Mendes

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  3. Excelente.
    Sua bela reportagem está à altura de Quino e Mafalda.
    Ganhou mais um fã.
    Parabens pelo alto nível.

    Reginaldo Toledo

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  4. Amo Mafalda com força a muito tempo e não sabia nada disso sobre ela. Muito obrigado pela aula, professor José Antonio Orlando. Agora também amo este blog Semióticas. Parabéns demais!!!

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  5. Amei esta matéria e todas as outras. Que blog sensacional é este Semióticas! Virei fã.

    Luis Carlos Rocha

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  6. Amo Mafalda. Com certeza, o mundo não tem feito progressos em termos de injustiça, discriminação e tratamento de mulheres e crianças, por isso Mafalda parece sempre e cada vez mais nova e atual. Eu estava lendo Mafalda quando eu tinha 10 ou 12 anos e encontrei aqui alguns dos quadrinhos que eu conhecia e não via a tempos. Agradeço por esta matéria linda. E agradeço também por ficar conhecendo, agora, a história desta personagem maravilhosa. Parabéns, Semióticas! Este site é um espetáculo! // Fernando Leal

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  7. _ Parabéns pela Matéria !

    Mafalda "SABE das coisas" ... sabe ser sutil na forma de dize-las ...

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  8. De novo eu feliz aqui lendo a história de Quino e sua Mafalda... Amo! Quero a edição luxo para guardar nossa História contemporânes com graça, criatividade, inteligência.
    Parabéns, José Antonio Orlando, pela matéria maravilhosa.

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  9. Mafalda é o meu amor. Adorei descobrir aqui coisas maravilhosas sobre ela. Parabéns pela matéria sensacional e pelo blog todo que é um espetáculo.

    Anna Romilda Resende

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  10. Parabéns, amei tudo! Aprendi muito. Agradeço de novo.

    Eliane Fonseca.

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  11. Artigo maravilhoso. Nunca encontrei nada tão bacana, tão bonito e tão completo sobre a Mafalda. Texto perfeito e seleção de imagens do mais alto nível. Outra postagem que vale por uma aula ou por um curso inteiro. Parabéns de novo. Só posso agradecer e agradecer.

    Mary de Sousa Leal

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  12. Ótimo blog e ótima postagem sobre a incrível Mafalda.
    Acho que é a melhor matéria que já encontrei sobre Quino & Mafalda. Muito obrigado por compartilhar.

    Fernando Saraiva

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  13. Muito bom este blog Semióticas. Tudo de alto nível. Comecei por esta postagem sobre a grande Mafalda e já segui para outras postagens do blog que também são maravilhosas. Vou ter que voltar aqui muitas vezes. Amei as tirinhas de Quino que você selecionou porque todas são ótimas.

    Ana Claudia Rocha

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  14. Muito obrigada por compartilhar beleza e sabedoria neste blog Semióticas maravilhoso ❤️
    Amei descobrir nesta postagem uma parte da história que eu já conhecia, mas não com a profundidade que você apresenta. Seleção de imagens de novo espetacular.
    Parabéns de novo pelo alto nível.

    Bella Almeida

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