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20 de agosto de 2011

Das Arábias






Você pode queimar o papel,
mas o que está escrito nele, você não pode.
Está bem guardado no meu peito.

Aonde quer que eu vá, ele me acompanha.
Queimará quando eu queimar e irá
comigo para o túmulo, quando eu morrer.

––  Ibn Hazm (994-1064).   


Por que a imensa maioria dos cidadãos do Oriente Médio e do mundo islâmico – e também de outras latitudes do planeta – vê os Estados Unidos da América como principal responsável por seus maiores problemas? O jornalista e escritor paquistanês Tariq Ali, meses antes da morte de Osama bin Laden (1957-2011), ousou escrever uma resposta que tornou-se um best-seller: o polêmico livro-reportagem "Duelo - O Paquistão na Rota de Voo do Poder Americano".

No livro, lançado no Brasil pela editora Record, Tariq Ali mira, na primeira pessoa e em tom confessional, porém estritamente jornalístico, o panorama político da sua terra-natal e dos levantes das populações árabes contra as invasões norte-americanas, contra o terrorismo do Estado de Israel e contra as monarquias e regimes autoritários. "Duelo" não é primeiro best-seller explosivo de Tariq Ali, que periodicamente também publica reportagens investigativas e ensaios analíticos em jornais e revistas de vários países, entre eles dois dos mais prestigiados veículos de imprensa do Reino Unido: o jornal "The Guardian" e a revista "New Left Review".

No Brasil, além de "Duelo", também estão publicados vários livros de Tariq Ali, entre eles "Piratas do Caribe" (relato que vai contra a visão distorcida e muitas vezes criminosa que a velha imprensa tenta construir no Brasil sobre a trajetória do venezuelano Hugo Chávez e a ascensão da esquerda democrática na América Latina), "Confrontos do Fundamentalismo" (sobre os atentados de 11 de setembro de 2001 e as origens da "guerra ao terror") e "Bush na Babilônia", que apresenta a guerra no Iraque no contexto da história de resistência do povo persa contra novos e antigos impérios.










Das Arábias: acima, visão interna da cúpula
do mausoléu de Mumtaz Mahal, o Taj Mahal,
em Agra, Índia, pináculo da arquitetura mongol,
em fotografia extraída do catálogo Thinkstock
Taschen. Também acima, o jornalista e escritor
Tariq Ali fotografado em 2003 no Imperial College,
em Londres. No alto da página e na sequência
abaixo, imagens de protestos contra os EUA
e da chamada Primavera Árabesérie de
revoltas e protestos violentos patrocinada
pelos EUA, com flagrantes registrados pelas
agências de notícias internacionais Reuters,
Associated Press, AFP (France-Presse)
e BBC sobre as manifestações e combates
nas ruas contra os governos locais.

Os protestos de multidões nas ruas, que foram
caracterizados como guerra civil em alguns
países, tiveram propaganda pelas redes sociais
da Internet, principalmente pelo Facebook, e
em pouco tempo se espalharam pela Líbia,
Egito, Paquistão, Índia, Síria, Tunísia,
Iraque, Argélia, Iémen, Líbano e outros
países islâmicos do norte da África,
do Oriente Médio e da Ásia a partir
de dezembro de 2010













A coragem e as denúncias explosivas dos relatos de Tariq Ali, contudo, custaram o exílio do jornalista, atualmente refugiado em Londres. Em "Duelo", livro que combina uma estrutura narrativa que lembra os roteiros de filmes de ação e suspense aliada a reflexões sobre a história política do Oriente Médio e a uma extensa pesquisa de fontes que incluem entrevistas, noticiários e convívio in-loco com outros jornalistas e correspondentes de guerra, Tariq Ali também antecipa a recentíssima crise em vários países da Liga Árabe – a maior parte deles às voltas com protestos populares inéditos, violentos e sangrentos, apoiados de forma ostensiva pelos Estados Unidos e difundidos de forma maciça pelas redes sociais da internet. Detalhe da maior importância: os países em questão estão entre os grandes produtores de petróleo do planeta.

Por conta das denúncias e análises de "Duelo" e de seus outros livros, principalmente os que apontam em minúcias os prós e contras para o império norte-americano ao interromper ou intensificar os combates no Oriente Médio, Tariq Ali foi acusado de apoiar o terrorismo e de ser um agente contra a democracia. Em outras palavras: a máquina da propaganda de guerra dos EUA, como acontece com muita frequência, foi acionada para tentar calar uma voz que ousa ser dissonante em relação aos interesses bélicos e econômicos do império do Tio Sam.









Das Arábias: bandeiras da Inglaterra e dos
Estados Unidos queimam em protestos nas
ruas do Irã e do Iraque. Abaixo, três colagens
do fotógrafo turco Ugur Gallenkus, que reúne
imagens recortadas de revistas de moda e da
cultura pop às suas fotografias de crianças e
refugiados em regiões de guerra e violência
na África e em países do Oriente Médio












Menestrel do mundo árabe


 

A impressão que o leitor tem, na primeira leitura das reflexões e descrições de Tariq Ali é que ele aprendeu o melhor de dois mundos. Nascido de tradicional família política Punjabi, Tariq Ali é formado no Ocidente pela Universidade de Oxford e autor de roteiros para cinema, biografias e obras sobre história e política internacional. Há muito ele é reconhecido como um dos principais comentaristas das questões sobre o mundo árabe e, por conta de seu tom personalíssimo e sua desenvoltura frente a questões diversas e polêmicas, revistas e programas de TV em vários países da Europa costumam se referir a Ali como "o menestrel das arábias".

Crítico ferrenho do fundamentalismo islâmico – que aponta como responsável pela propagação de atos terroristas – também não poupa os governos autoritários que nos últimos anos e décadas agiram sob o jugo norte-americano, casos de Egito, Jordânia e Síria. Para Ali, o direito dos povos oprimidos da região à resistência é sagrado, até porque quando se fala do mundo islâmico o que está em questão é um número quase incontável de histórias, povos, línguas, tradições, experiências e culturas.







"Quando comecei a escrever este livro um amigo de Londres perguntou: Não é imprudente começar um livro quando os dados ainda estão no ar? Se eu esperasse os dados caírem, nunca teria escrito nada", anuncia Tariq Ali, alertando o leitor para a possibilidade permanente e urgente de lances que dia sim dia não explodem nos noticiários.

A invasão do Afeganistão e do Iraque, a situação do Paquistão, os governos colaboradores, a frequência das revoltas populares e a complexa situação entre Palestina e Israel são os temas que perpassam em "Duelo". O escritor, que visitou o Brasil duas vezes – na Flip de 2006, em Paraty, e em Salvador, em 2010, convidado especial do Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual – relata notícias recentes, mas também recorre à história árabe no último século, assim como busca paralelos na milenar história do Islã e seus contatos com a cultura cristã e judaica.







"A história oficial é composta sobretudo de meias verdades e mentiras sinceras, nas quais tudo é atribuído a governantes nobres, a sentimentos devotos", escreve Tariq Ali na conclusão de "Duelo". O capítulo, pontuado pelas memórias afetivas do autor sobre acontecimentos que têm versões radicalmente divergentes divulgadas pelas agências de notícia internacionais, recebe o título sintomático de "Poderia o Paquistão ser reciclado?" 



A outra história



"Os que escrevem a história oficial são adoradores de fatos realizados e estão ao lado dos vitoriosos", registra Tariq Ali, retomando teses emblemáticas de filósofos e historiadores capitais do século 20, como Walter Benjamin e Hannah Arendt. "Algumas vezes generais, outras políticos. O êxito justifica tudo. Mas existe outra história que se recusa a ser reprimida", alerta. É em direção a esta "outra história" que ele investe em “Duelo”, em análises contundentes, porém equilibradas, coerentes, demonstração do melhor jornalismo, tão em falta nos dias que correm.








Reunindo muitas de suas análises apresentadas como colaborador habitual de telejornais, revistas e jornais europeus, o paquistanês Tariq Ali demonstra no livro, na prática, as regras da apuração e os problemas da informação confidencial. Contudo, não há heróis em "Duelo". Nem aos mártires anônimos é reservada esta honra. Mas há esperança como nos versos do poeta Fakhar Zaman que encerram o relato de Tariq Ali:


Sem olhos, nós pintamos
Sem mãos, esculpimos estátuas
Sem ouvir, compusemos músicas
Desprovidos de língua, cantamos
Com as mãos atadas, escrevemos poesias
Com as pernas presas a grilhões, dançamos
E a fragrância das flores penetrou
nossas bocas e narinas tapadas.













Sherazade no mundo masculino


 

Enquanto em “Duelo” o jornalista Tariq Ali antecipa e analisa a crise árabe mais recente, a questão da mulher no Oriente é o centro do relato de primeira qualidade de uma mulher árabe, por coincidência jornalista. Lançada à ordem do dia com a proibição do uso em público, na França e em outros países da Europa, da burca e do véu integral muçulmano, a situação da mulher no mundo árabe é o tema de Joumana Haddad em "Eu Matei Sherazade – Confissões de uma Árabe Enfurecida", também lançado pela Editora Record.







Assim como “Duelo” também um best-seller internacional, o relato de Joumana Haddad, jornalista, editora, tradutora, poeta, romancista e ativista dos direitos humanos em sua terra-natal, Beirute, no Líbano, é escrito na primeira pessoa. Mas enquanto Tariq Ali expõe e elabora quase como metalinguagem seu livro-reportagem, a prosa de Joumana Haddad (foto abaixo) exalta com ironia e erotismo o poder libertador da literatura.

O relato de Joumana Haddad convida também, nos limites da metalinguagem, o leitor a compartilhar, a cada página, a trajetória de descobertas na passagem de Joumana de estudante adolescente para o mundo adulto predominantemente masculino. "Em vez de se render imediatamente a uma determinada imagem que foi criada por outra pessoa em seu nome, tente perguntar: afinal de contas, o que é uma mulher árabe?", desafia Joumana, logo nas primeiras páginas. Mas por quê, o leitor se perguntaria, matar Sherazade?








Joumana Haddad, no seu relato jornalístico e ao mesmo tempo confessional, argumenta sobre sua tese literária com implicações sociológicas, antropológicas e políticas: é preciso matar Sherazade porque ela, a narradora aprisionada do clássico "As Mil e Uma Noites", que interrompe ao fim de cada noite sua história mirabolante para sobreviver diante da tara assassina de seu algoz nobre e todo poderoso, a mesma Sherazade tida como uma das personagens mais emblemáticas da literatura universal – e símbolo particular da mulher e da cultura do Islamismo – em suas milhares de histórias inventadas (Ali-Babá, Simbá, Aladim, o Gênio da lâmpada, o gigantesco pássaro Roca, o tapete voador etc...) para evitar a morte, não seria jamais um bom exemplo de resistência. 



Metáfora da submissão



Para Joumana Haddad, que fundou em 2009 a "Jasad", revista trimestral publicada em língua árabe e especializada em arte, em erotismo e em literatura dos povos árabes, Sherazade é, sim, uma metáfora pessimista sobre a concessão e da submissão. Na argumentação da jornalista, Sherazade não representa um valor a ser cultivado. Pelo contrário: é uma referências extremamente nociva para o imaginário árabe porque faz alusões à negociação de direitos que não deveriam estar em jogo porque são direitos básicos para todos a humanidade – ou que, pelo menos, deveriam ser. 













"Este livro dedicado à figura mítica de Sherazade é uma tentativa singela de refletir sobre esse tema. Ele não pretende dar respostas às questões apresentadas, nem soluções aos problemas expostos, nem lições ou receitas para viver bem. Sua maior aspiração é divulgar um depoimento e uma reflexão" – com esta premissa Joumana Haddad vai tecendo um relato sedutor – tal e qual nas estratégias de sua antagonista Sherazade no clássico das “Mil e Uma Noites”.

O relato que Joumana Haddad apresenta em "Eu Matei Sherazade" soa breve e franco, por vezes político e explosivo, sobre o que significa ser mulher e ser mulher no mundo árabe. Com humor incomum, destrói preconceitos, diverte, faz pensar e condena a postura de quem assume o papel de vítima. Nascida em 1970, a jornalista é reconhecida atualmente como uma das mais engajadas representantes da luta pela liberdade feminina no Oriente Médio.







Joumana Haddad tem no currículo um trabalho extenso que é reconhecido também no exterior: além da revista "Jasad" e dos livros que publica, e da vida normal de todo dia, como ela destaca na apresentação de Eu Matei Sherazade”, ainda trabalha como editora do principal jornal do Líbano, o "An-Nahar", e também administra o Arab Booker, principal prêmio internacional da literatura de ficção em língua árabe.



Desafio aos tabus



Eu Matei Sherazade” defende a emancipação da mulher e aborda os tabus do sexo, da poligamia, da virgindade, do prazer, do casamento forçado, dos projetos autobiográficos dos quais se esquece e dos que abraça com paixão para contar como ela própria se impôs e venceu num opressivo mundo masculino. 

"Não entendia por que algumas coisas não eram permitidas a mim, por ser mulher. Então, tive a ideia de fazer uma revista que desafiasse todos esses tabus, falando sobre corpo, sexualidade e erotismo", esclarece a jornalista, comentando sobre as estratégias que adotou, logo nas primeiras páginas do livro.




Das Arábias: acima, Joumana Haddad e

reproduções da revista "Jasad" (a palavra

significa "corpo" em árabe). Abaixo, figuras

do feminino segundo a fotojornalista

Shadi Ghadirian, um dos nomes mais

conhecidos da fotografia contemporânea no

Irã. Na série fotográfica Qajar”, de 1998,

Ghadirian retrata mulheres usando trajes

típicos do mundo islâmico mais tradicional,

da época da dinastia Qajar (1785-1925),

porém com objetos da modernidade

do Ocidente na mesma cena















Joumana Haddad não só rejeita e ironiza os percalços de Sherazade, mas também confessa no livro que sua inspiração vem de clássicos da literatura, principalmente os do Ocidente – em especial o Marquês de Sade, autor polêmico que ela traduziu para o árabe e transformou em campeão de vendas no Líbano – mas também do cotidiano dos problemas que uma mulher árabe que ousa ser jornalista enfrenta, a cada pauta de trabalho e também na vida que segue.

Em seu relato saboroso, inteligente, Joumana lança mão de estratégias da melhor literatura e retorna, no final, à questão do começo do livro: há alguma diferença autêntica, significativa, evidente, entre a situação da mulher árabe muçulmana e da cristã?

"Temo que não há diferenças", ela conclui, num dos breves capítulos que antecedem aos poemas anexados em "O capítulo da poetisa – uma tentativa de autobiografia". "Se você for fundo, temo que não há diferença entre a mulher árabe e a maioria das outras mulheres do mundo. A injustiça, os códigos morais duplos e os preconceitos são um pouco mais óbvios e visíveis na primeira, só isso. E o óbvio é quase sempre uma armadilha".









Das Arábias: acima e abaixo, mulheres
árabes beduínas (beduínos são integrantes
das tribos nômades que habitam os desertos
do Oriente Médio e do norte da África, 
se deslocando continuamente para as práticas
do comércio e o pastoreio). Na sequência,
também abaixo, jovens religiosos católicos
participam de manifestação em Paris, em
setembro de 2011, em apoio aos protestos
nas ruas de países do mundo árabe; a arte
feita de pedras pelo pintor e escultor da Síria,
Nizar Ali Badr, para denunciar a violência da
guerra civil que teve início em março de 2011;
e uma das ilustrações da brasileira Lu Martins
no livro Três Fábulas do Oriente





 


Ensinar com as fábulas

Enquanto as fábulas de Sherazade são metáforas para as reflexões de Joumana e as notícias que se sucedem montam a cena para “Duelo”, o brasileiro Bruno Pacheco defende que fábulas e notícias podem ser apresentadas ao público infanto-juvenil como uma introdução à filosofia. Em "Três Fábulas do Oriente" (Editora Record), o jornalista carioca, assim como fazem os jornalistas árabes Joumana Haddad e Tariq Ali, também transforma certas observações triviais sobre o cotidiano em comoventes lições de vida. 










Nas três fábulas apresentadas no livro – "Quebrador de Pedras", "Carregador de Água" e "Buda de Pedra" – a lição vem nas entrelinhas, sem verdades absolutas, sem emburrecer nem aborrecer, para mostrar que as mesmas coisas podem ser de uma outra maneira, ensinando que a vida pode ser mais simples do que se pensa.

"Como minha avó, minha mãe e meu pai, ele nos faz de novo meninos e a gente aprende que um pote quebrado que podia parecer defeituoso pode, na sua imperfeição, regar as flores do caminho", destaca a poeta Elisa Lucinda na apresentação ao trabalho de Bruno Pacheco, que também é roteirista de programas de TV e autor do belo "Sidarta para Jovens" (Editora Bookmarks), além de ter assinado sucessos recentes do teatro carioca.

Com fragmentos destacados da meditação do zen-budismo, que o autor pratica há 16 anos, reunidos a um mosaico de narrativas sem dono, sem autor, que foram escritas há muitos e muitos anos, "Três Fábulas do Oriente", com belas ilustrações em cores e em preto e branco, a cargo de Lu Martins, não deixa de ser um presente para quem acha que criança tem o direito de entender logo sobre os mistérios da vida e do bom-senso.

Ou ainda, nas palavras do menestrel Tariq Ali, que recorda das Arábias o lugar primordial das Utopias, ao citar Oscar Wilde, um dos gênios visionários da Belle Époque. Tariq Ali destaca que um mapa do mundo que não inclua a Utopia não merece ser olhado, conforme escreveu Oscar Wilde no final do século 19, já que este mapa deixa de fora o único país no qual a humanidade está sempre desembarcando. Segundo Oscar Wilde, quando a humanidade chega ali, olha para o horizonte e, ao ver no horizonte distante um país melhor, zarpa de novo em sua busca. O progresso só existe quando há a realização de Utopias.


por José Antônio Orlando.


Como citar:

ORLANDO, José Antônio. Das Arábias. In: Blog Semióticas, 20 de agosto de 2011. Disponível no link http://semioticas1.blogspot.com/2011/08/das-arabias.html (acessado em .../.../…).


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Acima, documentário produzido pela
TV Cultura de SP sobre a Primavera Árabe,
nome como ficou conhecida a série de
revoltas populares fomentada pelos EUA
contra os governos locais em diversos
países do Oriente Médio. As manifestações
tiveram início em dezembro de 2010







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