5 de setembro de 2011

Elogio do vampiro






A partir de agora pode ser interessante ver
o quanto você adivinhou. Nós aprendemos
sempre com o fracasso, não com o sucesso.

–– Bram Stoker, “Drácula” (1897).    


Alguns séculos antes de tomar de assalto a internet, o cinema, a TV e as livrarias, o vampiro sempre foi uma figura misteriosa e sedutora de destaque na literatura universal. O nome tem origem na palavra sérvia “vampir” (“morto-vivo”), mas na sabedoria popular “vampiro” também pode ser o invejoso que sofre de ganância excessiva ou mesmo aquele que enriquece às custas do trabalho alheio. No mundo animal, “vampiros” são morcegos raros, hematófagos (se alimentam de sangue), que podem transmitir para humanos e animais domésticos o vírus da raiva e outras doenças. Segundo o folclore do Leste Europeu, o vampiro é um monstro com poderes sobrenaturais que sai à noite da tumba, com aparência de sedução, para sugar o sangue dos vivos.

As lendas sobre o vampiro foram muito difundidas na Europa desde a Idade Média, gerando uma dúzia de clássicos da literatura antes de chegar ao cinema, no começo do século 20, para inspirar obras-primas e sucessos de bilheteria como "Nosferatu" (1922), do alemão F. W. Murnau, com Max Schreck como protagonista, primeira adaptação do romance de Bram Stoker "Drácula" (1897), que teria diversas versões no decorrer do último século.

Entre todas as artes e mídias, o cinema foi o terreno fértil que transformou o vampiro no monstro mais popular do século 20, em aparições que incluem centenas de títulos, entre eles os pioneiros do cinema mudo, os célebres filmes de 1931 de Tod Browning, com Bela Lugosi, e de 1958, de Terence Fisher, com Christopher Lee, além da aclamada versão de Francis Ford Coppola, de 1992, com Gary Oldman. A lista de filmes com versões para a mesma lenda e o mesmo personagem é quase infinita, com variantes que incluem, na variedade, a mistura de horror e comédia de "A Dança dos Vampiros" (1967), de Roman Polanski; "Nosferatu no Brasil" (1971), paródia de Ivan Cardoso, com o poeta Torquato Neto no papel do vampiro, que inaugura o besteirol nacional; e a saga adolescente dos livros de Sthephenie Meyer, “Crepúsculo”, todos levados ao cinema, entre muitas outras mutações.








Vampiros no cinema: cena do clássico do
expressionismo alemão Nosferatu (1922),
de F. W. Murnau, com Max Schreck. Acima,
Klaus Kinski na refilmagem de Nosferatu,
que Werner Herzog realizou em 1979. No
alto, Winona Ryder e Gary Oldman em
Drácula de Bram Stoker (1992), com
roteiro e direção de Francis Ford Coppola. 

Abaixo, poster original de Nosferatu;
a aparição assustadora de Max Schreck
no filme de Murnau; e a personificação
clássica do vampiro pelo ator húngaro
chamado Bela Ferenc Dezsõ Blaskó, que
ficou conhecido em Hollywood com o
nome que tinha adotado nos palcos da
Broadway: Bela Lugosi (1882-1956)












O vampiro na literatura


Na literatura, o vampiro consagrou-se ao passar pelas mãos de grandes escritores como Dom Calmet, Goethe, Coleridge, Lord Byron, Hoffmann, Gógol, Baudelaire e Bram Stoker, entre vários outros mestres – como registra com rigor de pesquisa científica uma coletânea inédita e incomum, “Caninos – Antologia do Vampiro Literário”, publicada no Brasil por Berlendis & Vertecchia Editores.

“A vontade de fazer esse livro dedicado à trajetória do vampiro na literatura veio de uma experiência de uns anos atrás, quando editei uma seleção de contos assustadores do jovem Flaubert”, explica em entrevista por telefone o editor e organizador da antologia, o paulista Bruno Berlendis de Carvalho. “Gostei de pesquisar e escolher um ‘lado B’ dos clássicos, procurar neles o elemento thriller. A escolha pelos vampiros deu-se pela própria riqueza da literatura do século 19 a tratar destes seres lendários”.










A referência mais antiga sobre o vampiro na literatura? “Essa pergunta é uma armadilha clássica”, destaca Berlendis. “Tudo depende do que você chama de vampiro. Tem de chupar sangue para sê-lo? E se seca sua vítima por mau-olhado?”, ironiza o editor, enquanto aponta alguns extremos da variedade que cerca as versões milenares sobre os monstros que podem ser nomeados como vampiro, assunto que é o tema central do ensaio de sua autoria com o título “(In)definições do Vampiro”, editado como posfácio no livro “Caninos". 



Manuscritos medievais



De acordo com Bruno Berlendis, a mais antiga ocorrência documental de um vocábulo associado a vampiros que conhecemos vem de manuscritos russos da Idade Média, do século 11, que mencionam um certo Upir – no caso, um nome próprio. “Mas daí a dizer que o tal desconhecido sujeito fosse um vampiro... Ora!", ironiza o editor. "Porque quando dizemos ‘vampiro’ já enxergamos automaticamente uma figura toda pronta, como o Pierrô, por exemplo, não é mesmo?”, completa.






O vampiro chegou ao cinema antes da fundação
de Hollywood: acima, cena de The Vampire 
Coast, filme produzido nos EUA, em 1909. 

Abaixo, Christopher Lee em uma cena de
Vampiro da Noite ("Horror of Dracula",
Inglaterra, 1958), adaptação do romance de
Bram Stoker com roteiro de Jimmy Sangster
e direção de Terence Fisher, filme que 
inaugurou uma série de produções de
sucesso popular com tema de horror pelos
estúdios ingleses da Hammer Films.

Também abaixo, Annete Vadim em cena
de Rosas de Sangue ("Et Mourir de Plaisir"),
filme de 1960 de Roger Vadim, adaptação de
Carmilla, livro de Sheridan Le Fanu (1814-1873)
que exerceu grande influência sobre Bram Stoker



            
 
              
                  





  
Da extensa safra de vampiros e suas variantes registrados na antologia, Bruno Berlendis diz que não tem nenhum que seja seu preferido. Sobre a saga “Crepúsculo”, ele confessa que não leu os livros. “Não comento porque não li os livros e nem vi os filmes com atenção. Mas é bom lembrar que vampiro-mocinho não é novidade na literatura. Ele existe há mais de 150 anos”, alerta.

As traduções reunidas na edição de Berlendis seguem a linha de qualidade dos textos escolhidos e foram encomendadas para profissionais de reconhecida excelência, entre eles os poetas Ferreira Gullar e Ivo Barroso, além de Leonardo Fróes, Erick Ramalho (Prêmio Fundação Biblioteca Nacional – Melhor tradução de Poesia de 2009) e vários outros. Todas as traduções são inéditas e vertidas diretamente dos idiomas originais.








Cada texto selecionado, explica Berlendis, conta no livro com uma apresentação simples e objetiva que remete à biografia de seu autor e o insere em seu contexto de origem. O volume traz ainda uma introdução histórica, mapas com a localização das regiões citadas e ensaio analítico que explora em profundidade as principais questões envolvidas nesse tipo de literatura, assim como suas possíveis origens folclóricas. Encerra a edição bibliografia atualizada e um precioso índice temático remissivo. 



A trajetória do vampiro



Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista que fiz por telefone com Bruno Berlendis para o jornal "Hoje em Dia" de Belo Horizonte. O autor, tradutor e editor, com muita ironia e argumentos de especialista, destaca certos aspectos sobre a trajetória dos vampiros em geral na cultura e na literatura dos últimos séculos e sobre a antologia "Caninos" em particular.



Pergunta - "Caninos" é sua primeira antologia? Tem outros livros publicados?

Bruno Berlendis – Antologia mesmo, como panorama de textos de diferentes autores, idiomas e períodos, organizados tematicamente, sim, é a primeira. Publiquei seleções, como a de Fábulas e Alegorias de Leonardo da Vinci, ou adaptações, como a de contos do Mowgli, do Rudyard Kipling. Ali também escolhi e juntei coisas diferentes sob um conjunto de critérios. Mas esse é um trabalho diferente, porque na seleção muitas vezes os textos são de um único autor. Além disso, publiquei diversos livros na condição de tradutor ou editor.







O Vampiro (Alemanha, 1932), com roteiro e
direção de Carl Theodor Dreyer, tem presença
entre os melhores filmes de todos os tempos.
Abaixo, Peter Lorre em cena de outro clássico,
M - O Vampiro de Düsseldorf, filme de 1931
de Fritz Lang, com roteiro de Lang e de sua
esposa Thea von Harbou, baseado na história
real de um assassino em série.

Também abaixo, Nosferatu no Brasil,
filme de 1971 que faz uma paródia com
roteiro, fotografia e direção de Ivan Cardoso,
que tem no elenco Scarlet Moon e Helena Lustosa,
com o poeta Torquato Neto como protagonista








De onde surgiu seu interesse pela trajetória deste personagem?

Meu interesse pelos vampiros vem de longa data. Mas a vontade de fazer esse livro veio de uma experiência de uns anos atrás, quando editei uma seleção de contos "assustadores" do jovem Gustave Flaubert. Ele era um adolescente de 15, 16 anos – e já era o Flaubert! Gostei de pesquisar e escolher um "lado B" dos clássicos, procurar neles o elemento thriller. Daí aos vampiros? Bem, quem tiver lido os textos compreenderá minha resposta. A razão foi a própria riqueza da literatura do séc. 19 a tratar de vampiros. Desse universo, o livro traz só um retrato que, mesmo sendo focado com rigor, é bastante parcial. Se não tivesse sido minimamente racional, eu teria compilado mais outro tanto na antologia (quem sabe um segundo volume, daqui a alguns anos?)

Qual é a referência mais antiga sobre o vampiro na literatura?

Essa pergunta é uma armadilha clássica. Boa parte da crítica especializada se complica ao tentar respondê-la. Tudo depende do que você chama de vampiro. Tem de chupar sangue para sê-lo? e se só come cadáveres? e se seca sua vítima por mau-olhado? Vou assumir que a referência tenha de ser explícita: um vocábulo ou um texto de origem comprovadas. Se for assim, e se eu chamar de "literatura" os textos disponíveis da história de nossa civilização, há um documento russo do século 11 mencionando um Upir – no caso, um nome próprio. Mas daí a dizer que o tal desconhecido sujeito fosse considerado um vampiro pelos seus contemporâneos... ora! 












Mas a maioria de nós, quando dizemos "vampiro", já enxergamos automaticamente um símbolo muito forte, uma figura toda pronta...

Você tem toda razão. É como o Pierrô, por exemplo. Afirmar que existiu "uma crença medieval nos vampiros" é confundir alhos com bugalhos. Defendo que o vampiro é um fenômeno estético histórico. Antes do século 17, ou até do 18, o vampiro não se diferenciava direito da bruxa, do lobisomem, do morto-vivo ou do espectro de fantasmas para nenhuma população europeia. Sabemos de um sanguessuga que ressuscita e volta à sua mulher na crônica (ou seja, na História) inglesa do século 13. O distinto senhor é um vampiro? Não podemos afirmá-lo. Posso estar enganado – concluí esse livro, não minha pesquisa – mas contabilizo entre as primeiras referências explícitas e textuais as dos relatos de viagem do século 17.

Mas aí já estamos na fronteira entre a literatura e outros discursos que não têm por base a ficção...

Bem lembrado. Se "literatura" significa criação literária e exclui o texto não ficcional, então uma das primeiras menções é a do alemão Ossenfelder, no poema "Crê a moça minha amada", de 1748 . O poema foi publicado numa revista científica e "ilustrava" um dossiê sobre vampiros (e naturalmente está na nossa antologia, numa belíssima tradução).
























Horror e comédia com doses de erotismo:
A Dança dos Vampiros (1967, ING/EUA),
escrito e dirigido por Roman Polanski e
tendo como estrela sua bela esposa,
Sharon Tate (1943-1969). Acima, os
recém-casados Polanski e Sharon Tate
fotografados na praia por Jack Garofalo,
durante o Festival de Cannes de 1968, o
beijo do casal em cena e a atriz em
"A Dança dos Vampiros". Sharon Tate,
grávida e no auge do sucesso
no cinema e na TV, foi assassinada
em agosto de 1968.

Abaixo, a estrela  Marilyn Monroe (1926-1962)
caracterizada como a musa do cinema mudo
Theda Bara, "the first vamp", em fotos de 1958
de Richard Avedon para a revista "Life"



 






Da extensa safra de vampiros e suas variantes, qual é seu preferido e por quê?

Olha, você me fez lembrar de uma pergunta frequente da minha filha de nove anos: qual sua música (sua banda, etc.) preferida? Não tenho, são incontáveis. Se respondo: bem, sei lá, são umas mil, ela me dá bronca. Se eu começar a explicar por que, então! ela sai do recinto.

E as traduções para o português? Alguma merece mais destaque?

As traduções são o segundo pilar do livro. Foi um trabalho delicioso, mesmo se estafante, pensá-las, convidar essas figuras maravilhosas para que dessem as suas contribuições inéditas e publicá-las amarradas desse jeito. Sou um cara exigente e incansável (o chefe dos sonhos). Agradeço imenso aos tantos colaboradores, os palpiteiros e todos mais. Quanto ao resultado, não cabe a mim dar o destaque, nossa parte está feita. Ele será dado por cada leitor, talvez cada um ao seu modo, se é que fomos bem-sucedidos. 




 









No alto, O Planeta dos Vampiros (1965, ITA/EUA), 
sucesso internacional que teve como protagonista a
brasileira Norma Bengell, com roteiro e direção do
italiano Mario Bava. Acima, um trio de peso em toda
a filmografia do vampiro no século20: os astros que 
marcaram época em Hollywood, Chistopher Lee, 
Peter Cushing Vincent Price.

Abaixo, um encontro raro e também macabro:
o brasileiro José Mojica Marins, mais conhecido
pelo nome de seu personagem  Zé do Caixão (no
mercado internacional, Coffin Joe) com o ator inglês
Christopher Lee, um dos Dráculas mais famosos do
cinema. O encontro foi em Paris, em 1974, durante a
3ª Convenção Internacional do Cinema Fantástico.
Também abaixo, os vampiros galãs Tom Cruise e Brad Pitt
em "Entrevista com o Vampiro", filme de 1994 adaptado
da saga do vampiro Lestat, dos livros de Anne Rice 





 



Seu estudo sobre os vampiros vai além do lugar-comum. Posso dizer que foi um trabalho de investigação, quase de detetive?

Isso mesmo. Muito bom ouvir isso. Por outro lado, se a tua pergunta era se "gosta mais de alguma"... Bem, adorei trabalhar nas minhas próprias traduções. Quando a gente traduz, cria uma história com o texto, algo que continua com você, meio sonho ou distração. O conto do desconhecido Raupach ainda teve os seus momentos Sherlock. Até onde pude descobrir, só tinha sido publicado uma vez pra valer, numa revista alemã de 1823. Logo surgiu uma tradução inglesa, mas que não joga limpo, pois censura algumas passagens mais picantes do conto, além de atribuí-lo a outro autor mais famoso. Nossa publicação se deve a Márcio Suzuki e Michele Gialdroni, que levantaram um raro exemplar da revista original numa biblioteca da Universidade de Tübingen, na Alemanha.

Que acha dos vampiros da saga “Crepúsculo”?

Não li os livros da série, apenas uns pedaços de um e outro, nem vi os filmes com atenção, então não tenho como emitir uma opinião. Pelo que pude ver até o momento (pretendo lê-los direito), não se diferenciam essencialmente dos vampiros contemporâneos ou do século passado. Repetem com engenhosidade os estereótipos herdados de séculos atrás. Isso não é mera depreciação.







Elogio do Vampiro: acima, capa da edição original
de Eu Sou a Lenda, romance que une vampiros e
ficção científica, adaptado com sucesso para revistas em
quadrinhos e para o cinema, em 2007, com Will Smith
como protagonista. Abaixo, o húngaro Bela Lugosi
na época em que migrou dos palcos da Broadway
para o cinema de Hollywood, na década de 1930,
fora do personagem Drácula e depois caracterizado









Mas quando penso no signo “vampiro”, penso que sua trajetória é também a história de seus estereótipos...

Muito bom falar com outro especialista. Você sabe o que diz. Os vampiros foram moldados na Europa entre os séculos 18 e 19, por isso escolhi esse período e esses idiomas para compor a antologia. Na Era Drácula – ou desde 1900, um pouco antes – os vampiros tomaram um dos dois seguintes rumos. Ou bem são leituras daquele repertório coletivo de lugares-comuns, com a lua cheia, o sangue, o vinho, o amor proibido, assim por diante; ou, por outro lado, são apenas sugeridos em figuras mais difusas que possuem um vampirismo figurado, menos evidente.







Vampiro-mocinho também não é novidade...

Não é. Existe há mais de 150 anos. Mas há mais coisa em jogo. A partir de 1900-1930 o território por excelência do vampiro não é mais a literatura, seja ela erudita ou popular. Esse território será o do cinema e das mídias que derivaram dele. É verdade que o teatro continuou a ter um papel importante até as décadas de 1930 e 1940. Contudo, depois que Bela Lugosi (FOTO ACIMA) migrou dos palcos da Broadway para o celulóide em Hollywood, o centro gravitacional desse personagem mudou definitivamente de lugar. As personagens vampirescas dos filmes de Ingmar Bergman, por exemplo, são historicamente mais relevantes que a maioria dos romances contemporâneos de vampiros.

Qual é seu próximo projeto como escritor?

Não sou escritor, mas um fazedor de livros. Gosto mais de levar uma história de um lugar pro outro do que de fazer a minha, pelo menos por enquanto. Também quando era músico era assim: praticamente nunca compus, mas adorava fazer arranjos, que são também uma espécie de tradução. Não sei qual será meu próximo projeto autoral. Mas tenho tentado traduzir umas coisas medievais, é possível que saia algo daí.


por José Antônio Orlando.


Como citar:

ORLANDO, José Antônio. Elogio do vampiro. In: Blog Semióticas, 5 de setembro de 2011. Disponível no link http://semioticas1.blogspot.com/2011/09/elogio-do-vampiro.html (acessado em … /… /...). 










Acima, o videoclipe original de
Bela Lugosi's Dead, canção da trilha
sonora da banda Bauhaus e de David Bowie
para The Hunger (1983), no Brasil batizado
de Fome de Viver – filme de Tony Scott
(irmão de Ridley Scott, de Blade Runner),
com Catherine Deneuve, Susan Sarandon
e David Bowie. Abaixo, o cartaz do filme e
duas ilustrações do chileno Ricardo Martinez
para a edição de Drácula, de Bram Stoker,
em espanhol, lançada em 1980 pelo "El País"

 

 
 
 
 







35 comentários:

  1. "Mas a maioria de nós, quando dizemos "vampiro", já enxergamos automaticamente um símbolo muito forte, uma figura toda pronta..." totalmente, eu tenho um modelo pronto na mente, uma pessoa com roupas pretas, de preferencia uma capa bem longa, akeles dentes, pele pálida... coisas desse tipo! Odeia alho, cebola e crucifixo... Mas existem agora os "bons" vampiros né, os mocinhos, estilo a saga do crepusculo!

    Bárbara Pontello

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  2. A sempre genial Clarice Lispector tem uma frase que com toda certeza serve como uma luva para o seu caso, meu querido José. Ela diz, em uma crônica das mais lindas, que vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir. No seu caso, acho que é vocação para o talento. Desde que conheci você, me surpreendo a cada dia. Seu trabalho como professor é insuperável, seu trabalho como jornalista é elogiado até por quem é seu adversário e agora este blog, lindo assim e com uma profundidade que hoje em dia é muito difícil encontrar.

    Muito obrigada por tudo. Vida longa ao blog – porque ele já está na leitura diária de mim e de muita gente, pelo visto. Beijos, beijos, meu querido. Deus te abençoe sempre...

    Ana Maria Soares

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  3. cara, parabéns pelo blog,tá ótimo.
    vai para os favoritos aqui...
    Sobre os vampiros...procurei aqui e achei um livro...
    Chama O livro dos vampiros-a enciclopédia dos mortos vivos. de J. Gordon Melton ..tem tudo sobre vampiro, desde os primordios mesmo em 1047 e por aê vai...cinema, hqs, lendas,etc..vou ler de novo, pois esqueci tudo aqui...
    è isso cara, braço e até mais.
    Luciano irrthum.

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  4. Adorei a materia!!Ja vi tantas coisas aqui no seu blog tão inspiradoras,que essa materia sobre vampiros seria mais uma que daria uma bela coleção inspirado nessa figura emblemática, misteriosa e ate mesmo elegante!

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  5. Ok... agora sim entendi tudo. Não precisa ter capa(pode ser terno e gravata mesmo) e nao percisa ter sangue(pode ser verbas publicas mesmo). O Vampiro Carcara Sangue Suga Colarinho Branco sempre esteve perto de nos. Brincadeiras a parte, lendo essa materia fico pensando (isso ja é bom demais né? fico pensando...). Será que alguem la atras, há muitosssss anos ficou triste com as atitudes de alguma pessoa e decidiu escrever um personagem, o tal Vampiro? E então alguem "sacou" que isso venderia livros e mais tarde alguem "sacou" que esses livros venderiam bilhetes de cinema? Ai NOSFERATU e Companhia LTDA ganhou o mundo. E aquela conversa de vampiro bom? O mito do heroi precisa existir ate no Lado Mau... mau pra quem né? E acabei me lembrando de uma lenda nossa, o SACI! "Em briga de SACI, qualquer chute é voadora" !
    Abrs
    Walfried Weissmann

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  6. Sempre fui fascinada pelos imortais, esses seres sem alma com uma presença marcante e encantadora. Adoro os filmes, as historias as ilustrações... ficam no imaginário, na moda, no comportamento. Influencias marcantes rsrs O blog está genial, sua escrita, encantadora como sempre. Parabéns professor! Abraço

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  7. Tenho uma paixão enorme por filmes, livros seriados e todos os tipos de coisas "vampirescas". Mais uma vez, excelente matéria... repleta de informações e curiosidades.

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  8. Oi profesor, não consigo postar comentário com meu nome.
    Belíssima matéria, como vc mistura bem fotos e texto. Parabéns pelo aniversário do seu blog !!!!!
    Foi muito bom ter te encontrado por aqui, não perco nenhuma de suas matérias !
    Kika Martins Ribeiro

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  9. Não consigo parar de pensar em Interview whit the vampire. Filme maravilhoso!!!
    Historiadores dizem que o sangue, compreendido como fonte de vida, foi usado pelos primeiros caçadores que besuntavam seus corpos em rituais mágicos ou mesmo o bebiam. Esses homens perceberam que à medida que o sangue se esvai do corpo de um animal, a vida enfraquece até se desfazer. Assim, “sangue é vida”

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  10. Parabéns pelo blog professor...Eu me divirto muito lendo suas matérias. Fico imensamente agradecida por compartilhar conosco tão imenso conhecimento. Grande abraço

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  11. Zé, achei incrível o viés que deu pra essa entrevista. Confesso que por "mera depreciação", torcia o nariz pros bonzinhos crepúsculos. Nunca tinha pensado enquanto signo, e realmente os estereótipos montaram a trajetória do que hoje é o vampiro. Fico curioso com a imagem que ele terá num futuro próximo. As vezes penso em escrever algo e publicar... Depois dessa entrevista, talvez prefira ser um fazedor de livros a escritor. Obrigado mais uma vez! Parabéns. Grande abraço.

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  12. curioso como a simbologia, o arquétipo e até a estética do vampiro "assombra" (e seduz) o ser humano de tempos em tempos. mais curioso ainda q estes tempos quase sempre passam por momentos de crise existencial (e suas distenções: econômica, social, cultural até...). eu, particularmente, cedo fácil a estas imagens e projeções. sou apaixonado, por exemplo, por True Blood. ao mesmo tempo q vejo ali uma crítica às doenças sociais americanas e um questionamento ao problema da imigração, da globalização de ideias, a discussão do quarto, quinto, enésimo poder e das idiossincrasias do homem, tb é reflexo daquele interesse nosso de sempre: queremos ser aquilo q nunca vamos ser, ou seja, fugirmos da realidade crua pra enveredarmos em fantasia. de toda forma, tb analiso um lado não exatamente místico. um lado religioso, filosófico, científico até. na minha doutrina, vampiro é o ser, encarnado ou desencarnado, q se aproxima do outro com a clara intenção de sugar as energias, pelo fato de q é viciado nelas. e aí se instala uma mútua simbiose. o vampiro goza da energia alheia. e o alheio goza da presença do vampiro. é tão real q chega a parecer q é ficção.

    no mais, quem me indicou seu blog foi o príncipe Nicoletti. em contrapartida, sugiro o meu: http://tomesuapilula.blogspot.com

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  13. Semióticas, quem diria... Desde os tempos dos melhores relatos da Guerra de Tróia, não houve nada mais inspirado do que seu blog, José. Parabéns. A sabedoria de suas páginas, que já tem uma legião de leitores pelo que leio aqui nas mensagens, também traz sinais de vida longa e prosperidade.
    Palavras de um certo Byron para acrescentar uma gotinha de poesia no final do comentário:
    Há um prazer nas florestas desconhecidas que é a música para descobrir, no passado, o melhor profeta do mundo. Bene trovato, como dizes.

    George Gordon

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  14. adoro o Bela Lugosi, mas fugindo dos vampiros e indo para os filmes clássicos de terror da Universal, prefiro Frankenstein e Bride of Frankenstein. acho a simbologia e a atuação mais marginais

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  15. Muito bom! Visto a imagem que escolheu pra iniciar a matéria, arrisco a concordar que a visão de Bram Stoker traduzida por Coppola é a mais intensa. Esse Berlendis precisou ter sangue frio pra não se deixar contagiar pelas inúmeras representações.

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  16. A entrevista é genial. Como sempre, "adoro de paixão" e o tema não podia ser melhor, né?!... Adoro vampiros e adorei a abordagem tão ampla e tão cheia de concepções, já que a nossa cultura, e talvez a do mundo todo, já tenha um estereótipo pronto e não abra mão dele...
    Mas eu pessoalmente prefiro pensar em vampiro bonito, misterioso, sério, pálido e que tem sede de sangue... acho tão romântico, apesar de clichê.. rsrsrsrsrs, mas de fato a nossa própria sociedade é cheia de vampiros que nos sugam o tempo todo: intelectualmente, manualmente, emocionalmente... sendo assim, não podemos dar uma só concepção a um "ente" tão cheio de significados.... beijo Zé.. Amei..

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  17. Amei a entrevista. Acho o esteriótipo do vampiro antigo mais interessante. Sexy, misterioso e mal, essa é a realidade dos "vampiros" do mundo real. Essa face do vampiro bonzinho não me atrai. Não acho que tem a ver com uma realidade, afinal o vampiro é um parasita, mas a febre adolescente pela saga "Crepúsculo" coloca-o em uma realidade muito fantástica. Vampiro que é vampiro não precisa sugar sangue, como foi dito. Os vampiros do mundo real estão ai a solta, vivem como parasitas, seduzem pessoas, absorvem tudo que elas tem. Essa visão artística de vampiro é só um exagero de como os vemos.
    OBS: Zé Orlando, você é um vampiro? Você leu meus pensamentos hoje a respeito desse assunto. rsrsrsrsrsrs
    Amei Zé. um bjo

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  18. adorei!!!... seus texto são sempre ótimos..adoro toda descrição detalhada com informações quentíssimas!.. muito bom! beijos

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  19. Afinal o que é um vampiro? Tem que chupar sangue? Ou pode só viver às custas das "riquezas" dos outros. Me vem a mente o imperialismo, colonialismo, globalização, multinacionais... Sedutor, mas fatal.

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  20. Meu preferido é o Drácula de Bram Stocker, do Coppola. Pobre vampiro triste, pobre amante solitário.

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  21. Continuo encantado com seu blog, meu querido José. Passo duas semanas sem visitar este Semióticas e quando retorno há sempre surpresas, histórias de poetas, viagens de Woodstock, Cesária a diva descalça... Textos incríveis e belas imagens que fazem a gente pensar.
    Seu texto é único, poético, inspirado, inteligente e com algo de estranho - não o estranho do esquisito, mas o estranho que remete o leitor ao universo mais elevado, mais profundo, tal como nos melhores clássicos da literatura. Fico pensando em como será você na vida diária, no seu convívio de professor e jornalista. Não há beleza rara sem algo de estranho nas proporções. Parabéns a você e que a proposperidade e a sorte continuem a sorrir no seu caminho, sempre, mestre.

    João Vargas

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  22. Sabe aquela história de que isso e aquilo estava escrito nas estrelas? Pois estava mesmo.
    Preciso te contar o que aconteceu. Comecei o dia de hoje procurando pelo Google uma imagem do Bela Lugosi para mandar uma mensagem para um grande amigo, que está fazendo aniversário e que é o maior fã que eu conheço de vampiros e filmes clássicos de horror. Pois não é que acho aqui neste seu Semióticas a mais linda imagem que já tinha visto do Bela Ferenc Dezsõ Blaskó?
    Mas não é só isso. Também achei o blog mais fantástico e de alto nível de todos os que já visitei. Ganhei o dia e provavelmente um dos momentos mais surreais da minha vida , o meu amigo ganhou o link deste “Elogio do Vampiro” de presente de aniversário (e já me agradeceu e festejou o achado) e eu estou aqui a viajar nas suas páginas, cada uma mais maravilhosa que a outra. Vou ter que ficar sócio para visitar o Semióticas todos os dias... Milhões de parabéns e de agradecimentos a você, José. SHOW!!!

    Davi Ramos Costa

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  23. Puxando a sardinha para minha brasa (cultura alemã) – Neste belíssimo artigo não poderia ter sido esquecido o filme “Nosferatu” (Murnau) refilmado pelo gênio Herzog com um dos maiores atores alemães Klaus Kinski.

    Também senti falta de “A Sombra do Vampiro” com John Malkovich e Willem Dafoe. O filme conta a história das filmagens do filme "Nosferatu", uma adaptação da obra de Bram Stoker "Drácula", mas com outro nome, realizado em 1922 pelo diretor F.W.Murnau.

    Estes dois filmes, que de certa forma estão interligados, são essenciais dentro do tema do artigo.

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    1. Inteligências como a sua são sempre bem-vindas por aqui, nestes domínios, meu caro J.A.S. Sobre sua ressalva: veja de novo o ensaio. Lá no início temos imagens e referências sobre o primeiro Nosferatu, de Murnau, e sobre a refilmagem de Herzog com Klaus Kinski. "A Sombra do Vampiro" é um belo e estranho filme, de fato, mas foge ao centro da discussão aqui apresentado que é o vampiro na literatura. As referências ao cinema, portanto, surgem aqui mais com o intuito de ilustração. Não foi uma intenção listar todos os filmes de vampiro. Longe disso. Abraço forte, meu caro!

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  24. A belíssima foto do Klaus não abriu, quando eu li o artigo. Dai o meu comentário. Só um adendo o Herzog não gosta muito do filme do Coppola, melhor dizendo gosta só do inicio. Que tal você escrever um artigo sobre o cinema expressionista alemão? Ou já escreveu e eu não o achei no blog, minha acentuada miopia me dificulta muito, mas....

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  25. Meu querido José, seu blog é uma maravilha. Sei que você já tem aqui muitas mensagens de elogio, mas não resisti e também vou registrar a minha. Afinal, contra os ataques é possível nos defendermos, mas contra o elogio não se pode fazer nada (kkkkkkkkkkkkkkkk...).

    Adorei todas as páginas que visitei no seu blog. Tudo lindo e muito inteligente. Seu trabalho é simplesmente magnífico. Coisa rara de encontrar. Esta página sobre os vampiros, então, parece uma tese de mestrado concentrada somente no que é de fato importante. Aprendo muito em cada visita quefaço a este Semióticas. Parabéns, meu querido. Deus lhe pague!

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  26. Seu blog é uma beleza completa, meu querido. Cada página dele é uma surpresa e um convite a conhecer novos mundos com seu toque de sabedoria e inteligência, José. Aqui neste ensaio entendi mais sobre o mito do vampiro do que nos dois mil filmes e livros que já encontrei.
    Sou muito grata.
    Beijo eterno de uma admiradora sincera. Que o sorriso da sorte e da felicidade abençoem sempre todos os caminhos que você trilhar.

    Irina Pamov

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  27. Orgulhosamente programei uma 'chamada' para este ótimo artigo no site agregador de conteúdo dos Blogueiros do Brasil (( http://omelhordos.blogueirosdobrasil.com/ )).

    Será publicado em 18/01/2013 , no decorrer do dia.

    IMPORTANTE : As visitas aparecerão no
    Google Analytics e em outras ferramentas
    similares como originadas na URL
    http://ads.tt/ .


    Abraços cordiais.

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  28. Já elogiei antes, mas quando cheguei hoje neste vampiro... Este blog Semióticas é diferente de tudo o que já encontrei. É uma beleza completa, além de extremamente inteligente e de ter assuntos que sempre supreendem a gente. Sou seu fã, José, e agradeço muito por ter chegado aqui. Parabéns demais!

    William Douglas

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  29. Parabéns, Semióticas. Seu blog é maravilhoso. O melhor de todos os que já visitei.

    Ricardo Afonso

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  30. Mário Jorge Martins Pedrosa30 de agosto de 2016 às 17:40

    Descobri este blog Semióticas por acaso e caí justamente neste artigo sensacional sobre o Vampiro. Estou arrepiado. Agradeço de coração por tudo o que aprendi e pela beleza das imagens. Ganhou mais um fã de carteirinha.

    Mário Jorge Martins Pedrosa

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  31. Que dossiê sensacional! Seu blog é maravilhoso. Parabéns pelo altíssimo nível do texto e pela sofisticada edição de imagens neste artigo e em todos os outros que visitei por aqui. O conteúdo é impressionante. Também agradeço por você compartilhar beleza e sabedoria. Parabéns de novo.

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  32. Muito obrigado por este artigo maravilhoso sobre o vampiro e suas variações na literatura e no cinema. Já encomendei o livro. Aprendi muito e amei o alto nível do texto e todas estas imagens com identificação completa. Este blog Semióticas é um espetáculo

    Alberto Barroso

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  33. Parabéns pela matéria tão bela, pela seleção de imagens Classe A e pela entrevista que me fez aprender muito sobre o assunto. E eu, na maior ingenuidade, achava que sabia tudo. Aprendo muito em cada visita que faço a este blog Semióticas. Parabéns de novo e muito obrigado por compartilhar.

    João Marcelo Souza

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  34. Agradeço de novo porque foi uma alegria encontrar esta postagem. Aprendi muito e você faz uma seleção de imagens que alcança pontos extremos do mito do vampiro. Já li e reli e voltei para observar cada uma das imagens.
    Cada visita a este blog Semióticas é um espetáculo.
    Parabéns demais.

    Paulo Roberto Pereira

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